Fatos Históricos de Minha Terra / Esse Livro é Resultado do esforço do autor em reconstituir fatos e personagens que contribuíram com processo de formação histórica de São Miguel dos Campos.
BIOGRAFIA DO ESCRITOR E POETA ERNANDE BEZERRA DE MOURA.
Moura, Ernande Bezerra de, é alagoano de São Miguel dos Campos. Nasceu em 16 de abril de 1958, filho de Fernando Bezerra de Moura e de Olindina Pereira de Moura. Iniciou as primeiras letras no Grupo Escolar Visconde de Sinimbu, estudou o ginasial na Escola Normal Ana Lins e fez o Curso de Leitura Dinâmica e Memorização pela Assessória e Consultoria de Empresa em Recursos Humanos (ACEMPRH).
Como escritor, é Membro Fundador da Academia Miguelense de Letras e Artes - AMILA, ocupante da cadeira de número
trinta, que tem como patrono João Lins Vieira Cansançāo de Sinimbu ( Visconde de Sinimbu ). Membro Efetivo da Academia de Letras, Artes e Pesquisa de Alagoas - ALAPA, onde ocupa a cadeira de número vinte e oito, que tem como patrono o poeta alagoano Guimarães Passos. Acadêmico Correspondente da Academia Maceioense de Letras, cadeira de número oitenta e um, patrono João Lins Vieira Cansançāo de Sinimbu ( Visconde de Sinimbu ). Membro Títular da Academia do Clube dos Escritores de
Piracicaba - SP, cadeira de número quarenta, patrono Jorge Zehlner.
Acadêmico Correspondente da Academia Pilarense de Letras e Membro do https:// www.portaldosescritores.com.br/bezerra. É autor de um livro sobre a história de São Miguel dos Campos, intitulado de " Fatos Históricos de Minha Terra " , e autor do livro de poesias " O Retrato da Vida " , Ernande Bezerra, recebeu as comendas: Escritora Heliônia Ceres do Sindicato dos Escritores do Estado de Alagoas - SINDEAL. Escritor Cipriano Jucá da Academia Maceioense de Letras - AML e Poeta Jucá Santos da Editora e Produtora Magazine Destaque. Também recebeu o Troféu Gogó da Ema da Revista Magazine Destaque, o Oscar da Cultura Alagoana da Academia Alagoana de Cultura e o Título de Personalidade Cultura Gente da Gente da Revista Cultural Gente da Gente, pelos relevantes serviços prestados à cultura e a literatura alagoana. Ele foi agraciado com o Colar de Mérito Literário " Haldumont Nobre Ferraz ", na cidade de Piracicaba, estado de São Paulo.
Ernande Bezerra tem várias obras publicadas em antologias brasileiras e é autor da letra do hino municipal da cidade de Jequiá da Praia - AL. Considerado como patrimônio de São Miguel dos Campos, pela tamanha importância que representa dentro do cenário histórico - cultural no município, ele possui um site no qual divulga seus trabalhos, www.ernande-bezerra.webnode.com.br. Ernande Bezerra é detentor do Troféu Coruja " Prêmio Máximo da Literatura Brasileira " .
Biografia escrita pela Jornalista Francinúbia Farias, Diretora da Revista Magazine Destaque e Produtora do Troféu Gogó da Ema.
FATOS HISTÓRICOS DE MINHA TERRA
São Miguel dos Campos – AL.
2ª Edição do Livro, Histórico, Poético e Geográfico) - 2019
É proibida a reprodução desta obra sem a prévia permissão, por escrito, do autor.
Os infratores serão punidos pela Lei Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998
Capa: Fernando Bezerra de Moura
Revisão: Professora
Wilma dos Santos, Professora Jeane Cristina e a Professora Ana Lady do IFAL de Marechal Deodoro.
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Endereço do Autor
Quadra, 32 – número, 12
Loteamento José Calazans
São Miguel dos Campos – AL
www.portalescritores.com.br/bezerra
(082) 99910-5163
APRESENTAÇÃO
É um privilégio apresentar esta edição do novo livro de Ernande Bezerra de Moura sobre São Miguel dos Campos, sua terra natal. A obra é um canto de amor sobre uma cidade que tem uma das mais belas histórias no universo dos municípios alagoanos. É orgulho, reminiscência, pesquisa, inovação, saudade, sensibilidade, mas igualmente, trabalho e um ato de afirmação de um escritor/poeta que expressa sua criatividade para preservar valores, que são essenciais à cidadania. Todos e cada um de nós temos o direito de ser cidadão do mundo local. É nele que se encontra nossas raízes. Mais que no Estado, ou no país. Ser miguelense é uma magnífica forma de ser alagoano ou brasileiro.
Ernande oferta neste livro uma visão ampla sobre São Miguel dos Campos, oferece uma síntese histórica de grande valor, sobretudo para as novas gerações que precisam saber quem são e de onde vieram. Um texto direcionado a todas as idades para divulgar os momentos fundamentais, os fatos relevantes, da famosa urbe que se originou lá atrás com os aguerridos caetés, guerreiros indômitos que ali viviam na sua pindorama, antes da chegada de Américo Vespúcio e suas naus às aguas do rio São Miguel. O autor pensa e age, com seus escritos sobre os desafios da cidadania regional. Um intelectual ativo, dinâmico que remove montanhas para que a cultura de sua cidade e de sua região exerça o seu papel pedagógico de formar quadros novos da intelligentsia, que lidera a Academia de Letras e Artes de São Miguel com muita garra, e nenhum óbice, nenhum empecilho, o faz desanimar e deixar de trilhar o caminho das realizações.
Como todo miguelense, tenho orgulho de minhas raízes; assim entendo perfeitamente meu conterrâneo Ernande, colega de Academia e de ideal e sei que esse poder de atração, sedução e encantamento que ostenta o antigo Campo dos arrozais dos Inanhuns, a antiga terra da nação Senambys, da tribo caeté, e por consequência, o cumprimento por sua atuação e por essa obra.
Isto posto, afirmo, alto e bom tom, que Ernande prossegue a linha trilhada pela saudosa Guiomar Alcides de Castro, autora do livro clássico sobre São Miguel, e que nele o faz de modo inovador e vibrante, conduzindo o leitor a um caminho de desvelamento. E uma contribuição trazida de forma bem peculiar, com sua formação de poeta e de escritor, o que recomenda a boas leituras e a agradáveis momentos de reflexão.
Douglas Apratto Tenório
AGRADECIMENTOS
A Deus, que na sua generosidade tem me dado o dom e a capacidade de escrever.
Aos meus pais, que sempre me deram apoio nos meus trabalhos Literários.
Aos meus irmãos, parentes e familiares por acreditarem sempre na minha pessoa.
A minha esposa Cícera Correia de Moura, aos meus filhos, Jaqueline, Rosemeiry, Fernando e aos meus netos, por amarem a minha arte.
Ao nobre confrade e meu professor, Dr. Douglas Apratto Tenório, pela credibilidade e reconhecimento do meu trabalho histórico e literário.
Ao Presidente da Academia do Clube dos Escritores de Piracicaba – SP, escritor Carlos Morais Júnior, ( in memória ).
Ao Presidente da Academia Maceioense de Letras, poeta Cláudio Antônio Jucá Santos.
Ao Presidente da Academia de Letras, Artes e Pesquisa de Alagoas, historiador José Bilú da Silva Filho.
Ao artesão Roniekson Pereira de Souza e a poetisa Erica Matias pela ajuda incansável para a realização deste trabalho.
Ao administrador do Portal dos Escritores, Thiago Emanuel.
Enfim, a todos os meus amigos, que contribuíram e possibilitaram a realização deste meu trabalho.
FATOS HISTÓRICOS DE MINHA TERRA
Abrimos o baú da consciência
Encontramos nos arquivos
Imagens que fizeram história.
No memorial da mente,
Nossos antepassados: Os Índios Caetés
Imagens tombadas pelo tempo
Que ficaram presente
Pelos fatos e argumentos.
Neste chão, onde guarda a santa natureza
Tamanha beleza outra nunca vi
E o teu rio de águas tão serena
Hoje faz parte da história do Brasil.
Em lembrança ficaram as imagens
Das Alegrias e das glórias de Ana Lins
Da Bravura de Visconde de Sinimbu
Que lutaram em prol da liberdade
Do seu povo.
São Miguel berço dos Barões
Epaminondas da Rocha Vieira e Manoel Duarte Ferreira Ferro
Que deixaram seus nomes escritos
No papel da história.
São Miguel, terra do açúcar
Do petróleo e do cimento
Sua gente tem patente
Poetas; intelectuais
Professores, artistas
E outros mais...
Afinal, seus filhos, te amam, até demais!
SUMÁRIO
Vida e Origem do Rio São Miguel ................................................................... 08
Os Primeiros Habitantes ................................................................................... 13
Fundação e Desenvolvimento do Município.................................................. 16
Igrejas e Histórias ............................................................................................... 20
Os Engenhos e os Fatos Acontecidos ............................................................ 32
Os Sobrados Antigos e a sua Trajetória de Vida............................................ 37
Os Mártires Miguelenses .................................................................................... 46
Eles Fazem Partes da História............................................................................ 48
Filhos da Terra na Segunda Guerra Mundial ...................................... 53
Filhos Ilustres e Personalidades da Terra ........................................................ 55
Aspecto Político ................................................................................................. 58
As Lendas .............................................................................................................. 60
Os Costumes e as suas Tradições ...................................................................... 66
Os Folguedos e as Festividades populares ......................................................67
As Indústrias e as Riquezas Naturais ................................................................. 79
Os Símbolos Cívicos do Município ................................................................... 85
Geografia e Aspectos Gerais .............................................................................89
Poder legislativo ................................................................................................... 91
Artistas da Terra ................................................................................................. 103
Bibliografia ......................................................................................................... 105
Trabalhando ........................................................................................................ 107
VIDA E ORIGEM DO RIO SÃO MIGUEL
Após o descobrimento do Brasil, o Rei Dom Manoel, o Venturoso, organizou a primeira expedição, uma frota de três caravelas, uma dela era comandada por André Gonçalves Coelho e pilotada por Florentino Américo Vespúcio. A esquadra saiu de Lisboa em 10 de maio de 1501. A finalidade “dessa expedição” era fazer uma exploração econômica no litoral brasileiro.
Os exploradores na passagem para Barra de São Miguel, em 29 de setembro de 1501 avistaram a foz de um rio nas proximidades de um lugar denominado de Roteiro, como era de costume batizar os pontos descobertos de acordo com o santo de cada dia e a festividade religiosa assinalada no calendário da época. O dia 29 de setembro como era consagrado pela igreja católica ao Arcanjo São Miguel, Gonçalves Coelho lhe pôs o nome do rio São Miguel que também era chamado de Sinimby, segundo o mapa de Barleus “edição holandesa” diz que tanto o rio como o engenho traziam o nome de Sinimby.
O rio São Miguel foi o primeiro rio oficial descoberto pelos exploradores portugueses no Brasil. O rio São Francisco foi descoberto cinco dias depois, conforme os dados do calendário escrito na época, vejam:
16 de agosto de 1501: Cabo de São Roque;
28 de agosto de 1501: Cabo de Santo Agostinho;
29 de setembro de 1501: Rio São Miguel;
04 de outubro de 1501: Rio São Francisco;
01 de novembro de 1501: Baía de Todos os Santos;
21 de dezembro de 1501: Cabo de São Tomé;
01 de janeiro de 1502: Rio de Janeiro;
06 de janeiro de 1502: Angra dos Reis;
20 de janeiro de 1502: São Sebastião;
22 de janeiro de 1502: Porto de São Vicente.
Suas margens eram cobertas de pau-brasil, a árvore que deu nome ao nosso País, as terras próximas ao rio eram bastante produtivas, continha um riquíssimo acervo cultural, onde seus verdes campos se estendiam por toda parte do seu leito ribeirinho. E as suas margens eram habitadas pelos índios Caetés, nossos primeiros habitantes, conhecidos como Senambys (calango verde).
O Rio São Miguel é a principal Bacia Hidrográfica do Município situada sobre a Bacia Sedimentar de Alagoas, sua foz tem uma aparência de uma boca, um lugar formidável, onde o rio se encontra com a lagoa e defronte à lagoa passa o Oceano Atlântico formando assim, um lindo triângulo amoroso. A Boca da Barra como é conhecida está quase obstruída por um cordão de arrecifes que aí se alonga justamente com depósitos arenosos de croas.
O rio São Miguel, nasce em uma fazenda, no modesto município de Tanque D’arca, por detrás de um lindo formato de pedras, nas encostas de uma pequenina serra denominada de “frades do mar vermelho”.
O seu panorama é muito bonito com belas pastagens verdes ao seu redor, onde fluem os rios: Cachoeira, Mata Verde e boca da mata (nome da propriedade de Boca da Mata de J. Carneiro), os quais se unem nas proximidades de Maribondo e formam o rio principal. No decorrer do seu percurso, vão aparecendo os seus pequenos afluentes que penetram por suas valas existentes.
Não muito distante dali, ele banha a fazenda Mata Verde, por onde passa por dentro de um lindo capinzal, com destino ao povoado de Tapera no município de Anadia, lá as gramas e relvas cobrem os pequenos canais, por onde a água é distribuída em diversas direções, suprindo a população que ali habita. Ele também passa na proximidade do município de Boca da Mata e chega a São Miguel dos Campos, aí começa a sofrer as influências da maré. Mais adiante ele encontra a cachoeira dos Góis. Um lugar no qual os pescadores apreciam as águas claras e cristalinas, onde os peixes são vistos a olho nu. Logo após, ele avista a igreja Santo Antônio do Furado, fundada em 1725, havia abaixo do seu altar-mor um túnel subterrâneo que ia de encontro ao rio. Na história está escrito que os holandeses se apossaram da dita igreja, e construíram o tal túnel, para se esconder das tropas portuguesas. Na virada que o rio dá na proximidade da Usina Roçadinho, ele guarda um lindo tesouro completo de diamante, bem no fundo de um redemoinho, este fato virou uma lenda popular e ficou conhecida na história do município como a “Lenda da Volta da Tacha”.
Antigamente o rio São Miguel era muito navegável, onde várias barcaças transportavam açúcar para Santa Madalena do Sul, onde de lá o açúcar ia de navios para Europa. E muitos miguelenses viajavam de barco e canoa com destino à Barra de São Miguel, Roteiro, Jequiá da Praia e vice-versa.
Nas terras próximas ao rio são explorados os calcários para a fabricação de cimento. Têm-se ainda, como recursos minerais a argila e areia, além de uma das maiores reservas de Gás e Petróleo do Estado.
Hoje uma das consequências do rio São Miguel é a poluição, decorrente, principalmente dos esgotos domésticos e dos resíduos industriais, por não terem medidas adequadas de proteção ambiental. Essa poluição é agravada pelo fato de atravessar a área agrícola, que é grande o uso de agrotóxicos, cujos restos são despejados em suas águas.
O acúmulo de dejetos provoca a proliferação de bactérias e um grande aumento no consumo de oxigênio. Isso ocasiona a deterioração e eliminação da fauna e da flora. Ao mesmo tempo estão construídas algumas estações de tratamento do esgoto doméstico, em vários pontos da cidade. Com essas medidas, as águas deverão ficar bem mais claras do que hoje, o mau cheiro desaparecerá e o rio começará a ser usado para o lazer, como também para o consumo da população. Um intenso trabalho foi realizado pela prefeitura do município, foram identificadas as indústrias poluidoras que passaram a ser controladas e fiscalizadas. Os peixes e os crustáceos voltarão com certeza às águas do rio, assim como barcos e canoas. O rio já começou a ganhar uma nova estrutura, principalmente na sua margem direita, nela foi construído um lindo cenário turístico para beneficiar não só à cidade, como também os turistas e a população que aqui habitam.
Por fim ele desagua na Lagoa Roteiro, onde suas águas desencantam totalmente por inteiro.
I
Por detrás de um lindo formato de pedras,
Existe um lagoeiro escondido,
Que de suas fendas rachadas,
Mingua-se um riacho bonito.
II
Que corre escoteiro no seu leito
Parecendo uma obra de arte,
Até denominou e deu nome,
O município de Tanque D'arca.
III
No meio dos caminhos ele encontra
Os seus pequenos afluentes,
Que nas suas margens penetram
E o transforma num rio gigante.
IV
Passa na fazenda Mata Verde,
Nos flocos de um grande capinzal,
Levando consigo a saudade,
Deste campo de beleza natural.
V
Segue rápido pelos escorços,
Não para, também não espera,
Passa ao lado da Tapera,
Deixando para trás um abraço.
VI
Atravessa toda Anadia,
Por dentro de Manimbu,
Chegando com alegria
Nas terras de Sinimbu!
VII
Ali ele se torna mais importante,
A sua dimensão é mais completa,
Dando o parecer de ser mais profundo,
A profundidade íntima do seu curso.
VIII
Pela cachoeira viaja calmamente,
Passando na extremidade dos Góes,
É lá que ele mostra para nós
O seu retido aquário de peixes.
IX
Na rota do acervo, ele avista
A mais formosa igreja do passado,
É lá que existe um túnel perfurado,
Onde ele passa mais leve do que uma pauta.
X
No meio dos canaviais ele aponta,
Transportando várias baronesas,
Já São Miguel, acolhe a beleza,
De suas águas límpidas que encantam.
XI
Na volta da tacha ele guarda
Um tesouro completo de diamante,
Que no eixo do redemoinho da morte,
Ele esconde bem no fundo para nós.
XII
Mas além, se despede e vai embora,
Ao encontro do município do Roteiro,
Porém quando chega à lagoa
Desencanta totalmente por inteiro!
OS PRIMEIROS HABITAMTES
Os primeiros moradores do nosso município na época do descobrimento do rio São Miguel, eram os índios Senambys das nações dos Caetés (mato bom), conhecido por sua valentia e que não aceitavam pacificamente a ocupação de suas terras. Eram pessoas diferentes: de altura mediana, cabelos pretos e lisos, olhos escuros e penetrantes, os pés achatados e finos na parte superior e inferior, motivados pelas grandes caminhadas. Os índios Caetés entraram para história como sendo os comedores do bispo Dom Pero Fernandes Sardinha.
Os nossos antepassados tinham como base linguística a língua tupi-guarani. Sua religião era baseada em princípio, adoravam um Deus que se chamava Tupã, respeitavam com veneração a lua e o sol, também acreditavam em seres sobrenaturais, como caipora, a coruja considerada por eles de mau agouro, tinham no Pajé o elemento de ligação entre eles e a divindade, era também o médico e o curandeiro, nas suas curas utilizavam as raízes como remédio.
Na caça usavam o alçapão para pegar passarinhos, e a arapuca para pegar animais quadrúpedes e ainda o arco e a flecha. Na pesca usavam a rede de pesca, a linha de anzol feita de osso, o arpão era a própria flecha. Comiam também frutas e raízes (batata, inhame e macaxeira), peixes assados sobre brasa ou moqueados.
Dos utensílios domésticos, destacamos a rede de dormir, a gamela, a cabaça e a cuia que usavam como prato. O fabrico de cestas era de palha de bananeira ou de palmeira e outros utensílios de barro.
Os índios Caetés mantinham negócios com franceses no contrabando do pau-brasil escoados para Europa, através do rio São Miguel. O donatário da capitania de Pernambuco resolveu acabar com o contrabando do famoso pau-brasil, que servia de matéria prima para a produção de tinta e seus derivados. O solo miguelense era empestado dessa madeira, por essa razão os índios Caetés passaram a odiar os portugueses.
Em 1554, Duarte Coelho julgando estar tudo sobre controle viajou para Portugal deixando a capitania entregue a sua mulher Dona Brites de Albuquerque e seu irmão Jerônimo de Albuquerque, anos depois Duarte Coelho veio a falecer.
Com a notícia da morte de Duarte Coelho, os índios começaram a atacar os povoamentos existentes, matando muitos brancos. Jerônimo de Albuquerque lutou bravamente contra os índios que lutavam ferozmente, enfim Jerônimo os apaziguaram.
Os índios que viviam em nossa terra, eram também antropófagos, comiam carne humana, até mesmo dos índios derrotados em combates entre si. Como confirmação de tal apetite, citamos a morte do Bispo Dom Pero Fernandes Sardinha.
Na caravela “Nossa Senhora da Ajuda” viajava da Bahia com destino a Olinda e depois Lisboa, Dom Pero Fernandes Sardinha, com mais 100 pessoas aproximadamente no dia 16 de junho de 1556, por infelicidade a caravela naufragou nas imediações da foz do rio Coruripe. Eles saíram praia a fora em direção a parte leste do nosso município quando nas imediações da atual Barra de São Miguel e o porto do Francês, foram todos apreendidos e devorados pelos índios caetés, da horrível chacina só sobrou dois índios da Bahia e um português que falava a língua tupi-guarani.
Esse fato lamentável provocou tempo depois uma grande perseguição aos índios e sua quase total dizimação, determinada pela coroa portuguesa. No entanto, os índios Caetés foram condenados por uma bula papal a extinção pelo sacrilégio de terem morto um bispo, e por um edito da Rainha de Portugal, Catarina da Áustria, em 1557, que tornava todos os índios e seus descendentes condenados, também à escravidão. Esta sentença real desencadeou em 1560, a chamada Guerra dos Caetés, que culminou com a extinção da grande nação indígena. Em nossa terra os índios Caetés desmandaram em busca de terras mais seguras e distantes do litoral.
Jerônimo de Albuquerque, certa vez, mandou colocar na boca de canhões, alguns índios prisioneiros e dispará-los a vista dos demais para que os mesmos voassem em pedaços.
A bala e o fogo despovoaram inteiramente as terras litorâneas e os que escaparam nunca mais tentaram enfrentar o colonizador, tendo que se adaptarem os novos rumos determinados pela ocupação branca.
Em nossa terra o civilizador plantou definitivamente suas raízes com a instalação do povoado de São Miguel.
QUE TRISTE FIM, CAETÉS
No litoral de São Miguel,
Existiram nos tempos passados
Uma tribo de índios pintados
Chamados de Caetés.
Em plena liberdade viviam,
Por dentro dos matagais,
Primitivo, mas miguelenses
Foram nossos primeiros ancestrais.
Amavam e adoravam a natureza
Como se fosse a luz de suas vidas
Brigavam até a morte
Por nossa terra querida!
Eram fortes homens valentes,
Robustos e de pelos bronzeados,
Quantos não morreram lutando
Em prol desse meu torrão amado!
Alimentavam-se da caça e da pesca,
Da roça e dos frutos naturais;
Comiam até carne humana
Como se fossem um bando de animais.
Seu senso era de criança,
Até foram pelos brancos atraídos,
Muitos trocavam os seus pertences
Por uma simples garrafa de bebidas.
Por terem devorado o Bispo Sardinha,
Suas aldeias foram invadidas,
Morreram mais de oito mil índios
Numa armação inesperada.
Hoje não existe mais
Os bravos homens pintados!
Sumiram justos com as matas
Que triste fim, Caetés!
FUNDAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO
Foi às margens do rio São Miguel, que teve início o povoamento do mesmo nome.
Tem-se notícia na correspondência do rei para o governador D. Diogo Botelho, por carta de 30 de agosto de 1606, da presença de dois moradores em São Miguel, os irmãos, João e Sebastião da Rocha, naturais de Viana do Castelo (Portugal). Não se pode afirmar a época exata da formação do núcleo que se tornou povoada. Supõe-se, no entanto, que é tão velho quanto à vila de Santa Madalena do Sul.
Levando em conta o que diz Pereira da Costa, a divisão de sesmaria começou em 1560 quando da gestão do segundo donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho de Albuquerque. Em 1612 se registra que dona Felipa de Moura, viúva de Pedro Marinho Falcão, foi contemplada com a doação de uma sesmaria, ao lado dos seus genros: Antônio Ribeiro de Lacerda e Cosme Dias da Fonseca recebeu as terras marginais do rio São Miguel, chamada pelos índios de Senambys, onde ali foi edificado o engenho que recebeu o mesmo nome do curso fluvial. Dona Felipa de Moura, de raízes fidalgas, descendo a família Moura Castro, fato comentado pelo brilhante escritor miguelense Romeu de Avelar.
A sesmaria do português Antônio Barbalho Feio contava com cinco léguas, do engenho sinimbu aos campos e aos inhaúns (Anadia). As terras miguelenses prosseguiam assim fatiada, cabendo uma légua a Belchior Álvares de Carvalho, duas léguas a Manoel Pinto Pereira e de igual quantidade para Gonçalo da Rocha Barbosa e da mesma forma que aquelas concedidas aos filhos do fidalgo Brásio Correia Dantas e algumas áreas ao mestre de campos Antônio de Moura Castro, outras pessoas continuaram a ser beneficiadas como foi o caso de Manoel de Caldas como uma légua e com outras Gonçalo Ferreira Belchior Pinto e Sebastião Ferreira “O Mártir”.
A sesmaria que mais se desenvolveu foi a de Sebastião Ferreira. A fertilidade do seu terreno era bastante produtiva. A agricultura existia com a abundância, tais como: mandioca, milho, arroz e cana de açúcar, onde mais tarde foi edificada a fábrica de tecidos São Miguel.
As sesmarias foram responsáveis pela formação do primeiro núcleo miguelense, que substituiu as tabas indígenas.
Quando os holandeses invadiram as terras dos Caetés em 1639, já encontrou diversos estabelecimentos agrícolas às margens do rio São Miguel. No desenvolvimento e progresso, nas glórias e sofrimentos pelos quais passou Alagoas, ao povo de São Miguel coube sempre parte relevante na devastação holandesa, durante o longo período em que esses inimigos estiveram apossados de diversas localidades do território alagoano, foram os miguelenses vítimas de espoliações em suas propriedades e patrimônios, podemos citar como exemplo, a sesmaria de Sebastião Ferreira e a igreja Santo Antônio do Furado.
Já em 1749, segundo informações certas, a ideia geral da população da “Capitania de Pernambuco” assinala ser anterior a 1702, pois já era curato em 1683 sob a invocação de Nossa Senhora do Ó.
São Miguel conheceu a fase áurea do ciclo do gado, pois empenhados os holandeses, em ter fonte de abastecimento para suas tropas famintas, tangeram parte dos soldados da região São Franciscana para a zona de São Miguel um dos locais mais importantes da produção açucareira. As celebres manadas foram devoradas na invasão flamenga, como também pelas sortidas dos quilombos palmarinos, revolucionários e soldados portugueses das várias sub-nações, que agitaram o solo miguelense.
Os senhores de engenhos foram prejudicados pelos quilombos dos Palmares, por ter perdido inúmeros escravos, que fugiam das suas propriedades, como também por serem vítimas de roubos e castigos constantes. Diversas expedições foram organizadas para a destruição dos quilombos e a todas elas os miguelenses prestaram seus valiosos concursos, quer alistando-se nos corpos expedicionários, quer concorrendo com dinheiro ou por mantimentos alimentícios.
Outro ponto marcante de sua gente é a sua característica de povo idealista e sobranceiro, associando-se aos valentes em favor da justiça e da liberdade. Em 1817, tomou parte na revolução pernambucana, que pretendia a separação da metrópole e criação de um país soberano. Manoel Vieira Dantas e seus filhos, Manoel Duarte e Francisco Frederico, aderiram de pronto ao movimento, e foram seus grandes líderes em Alagoas. A figura mais brilhante da revolução foi, porém a sua mulher, dona Ana Lins. Já em 1824, outra figura importante o jovem João Lins, que ao lado da mãe participou do episódio da conferência do Equador, mostrando, assim, o seu espírito de patriotismo pelo seu povo. Neste ambiente de lutas e resistência pela fixação das terras, o povoado de São Miguel pelo seu desenvolvimento de progresso, passou para condição de vila com nome de Vila São Miguel. O engenho Sinimbu, de propriedade de Manoel Vieira Dantas e dona Ana Lins, foi o engenho mais importante dentro da história de Alagoas, por ter si dado o fato de ser a “Trincheira da Republica“ nas duas revoluções.
A Vila de São Miguel foi criada pelo decreto do governo geral da regência, em 10 de julho de 1832. Pode-se dizer que a vila se desenvolveu num processo de integração dentro de uma região que vinha sendo conquistada e trabalhada nesta fase de sua história, ou pelo menos na primeira parte dela. A vila floresceu no seu processo de desenvolvimento da colonização, tanto na zona urbana como na zona rural.
Na zona urbana foram construídos vários sobrados, casarões, palacetes e igrejas, além de casa de negócios, onde o seu comércio cresceu rapidamente dentro do cenário de Alagoas. Nesta época começou a aparecer também os grandes engenhos de açúcar e as enormes propriedades rurais de um só dono. A monocultura levou ao desenvolvimento das mesmas. A produção em larga escala de um só produto para exportação, nesse caso, os proprietários e os senhores de engenhos precisaram de inúmeras mãos-de-obra para fazer esse trabalho, daí foram surgindo às grandes casas de engenhos, as senzalas, as igrejas e nas propriedades as casas de moradas.
Naquele tempo os meios de transportes eram: os cavalos, como também os carros de boi que serviam para carregar cana, sacos de açúcar, móveis, utensílios, mudanças, serviam também de transporte de senhores de engenhos com seus familiares em passeios e compras na sede da vila e em visitas as outras propriedades.
O rio São Miguel teve um grande papel no desenvolvimento de São Miguel, pois eram através das suas águas, que as barcaças navegavam carregadas de açúcar e outros produtos, saíam com destino a Vila de Santa Madalena, depois cidade de Alagoas como também dos comerciantes que viajavam para a capitania de Pernambuco e outras localidades fora da vila. Foi criada a feira em toda vila, medida de alto alcance econômico, que por esta forma havia mais facilidade para o comércio e as transações.
A Vila de São Miguel foi desmembrada da cidade de Alagoas (atual Marechal Deodoro) e foi elevada à cidade pela Lei no423 de 18 de junho de 1864, sancionada pelo vice-presidente Roberto Calheiros de Melo e assinado por Posidônio de Carvalho Moreira e registrado a fl. 32 do livro 4o de leis provinciais.
Outro fato importante na história era que os campos de São Miguel eram cobertos de arroz até a cabeceira do rio em Tanque D’arca, terras pertencentes na época à Anadia, então denominada de Campos dos Arrozais de Inhaúns, por causa da ligação que existia entre os dois municípios (São Miguel e Anadia), que nesse tempo não estava ao menos delineado o nome de São Miguel, foi quando acrescentou a denominação restritiva “dos campos” passando então a se chamar de São Miguel dos Campos. Em consequência da sua elevação a categoria de município autônomo, São Miguel dos Campos perdeu os distritos de Boca da Mata em 1957, Campo Alegre em 1960, Barra de São Miguel em 1963, Roteiro em 1963 e Jequiá da Praia em 1995.
De acordo com a divisão administrativa do estado de Alagoas, o município atualmente está formado apenas com um distrito, o da sua sede.
Atualmente, São Miguel dos Campos passa por uma fase de grande atividade e progresso geral. O crescimento acelerado do município aumentou e a sua população fez a cidade crescer não só em extensão como também nos bairros e povoados. Foram construídos conjuntos de ruas, avenidas, praças e casas, distribuídas em quarteirões por toda localidade da periferia.
O município é composto de cinco bairros: Bairro Nossa Senhora de Fátima, localizado na parte alta da cidade; Bairro Humberto Alves; Bairro Paraíso, Bairro de Lourdes, localizado na parte baixa da cidade, como também o Bairro Canto da Saudade. Além de contar também com vários Loteamentos, tais como: Rui Palmeira, José Calazans, Diógenes Celestino, Geraldo Sampaio I e II, Bela Vista I e II, José Torres Filho, Edgar Palmeira, Esther Soares Torres I, II e III, Hélio Jatobá I, II e III, Jaci Clemente e o Novo São Miguel como também os povoados Bernardo Lopes e Coité.
São Miguel dos Campos é uma cidade moderna e bem calçada, asfaltada, iluminada e limpa, com todo o conforto de outras cidades do Brasil.
São Miguel dos Campos, tu és tão pequeno,
Mas repleto de surpresas e vitórias,
Muitas coisas no longo do seu tempo
Permanecem ainda vivas em nossas memórias.
Teus filhos ilustres que lutaram
Pelo bem do progresso, na conquista,
Honraram o teu nome nas batalhas
Fizeram de tu, o município mais bonito.
A mãe natureza com as mãos te abençoou...
Pois em cada solo teu se encontra uma riqueza:
Petróleo, cimento e cana-de-açúcar
E o teu rio cheio de encanto e beleza.
Tuas crianças ainda hoje continuam
A mercê do tempo, provocando a sua glória,
Irradiando a lápis em cada traço
Registrando com bravura a sua história.
IGREJAS E HISTÓRIA
Em tempos passados existiam várias igrejas católicas construídas em estilo barroco pelos nossos antepassados que deixaram plantados em solos miguelenses a sua arte cultural.
A FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DO Ó
Antes da elevação a Freguesia de Nossa Senhora do Ó, havia o Curato, a história passa por essa trajetória cada uma delas segue a mesma linha em sua formação. São Miguel dos Campos, é uma das mais antigas, tem suas origens lembradas pela criação do Curato de Nossa Senhora do Ó, em 1683, no entanto, nada prevalece que indique as respectivas curas.
A instalação de fato e de direito da Freguesia de Nossa Senhora do Ó ou Vigária se deu no dia 07 de janeiro de 1702, sobre a orientação do padre Antônio de Souza Carneiro. Na ocasião dizia informação geral da Capitania de Pernambuco de 1747: “ lá viviam com abastança, cinco sacerdotes e havia 635 fogos e 2580 pessoas de confissões. A Freguesia, contava com duas igrejas e seis capelas, além de pequenas ermidas”. Reza a tradição que havia em São Miguel anteriormente três igrejas, a Igreja de Nossa Senhora do Livramento, localizada na Rua da Ponte e a Igreja Ermida de Santa Cruz, no logradouro do mesmo nome ( Rua da Santa Cruz ), e anexo a igreja existia um cemitério, que fazia parte também do seu complexo e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, antiga matriz. As desavenças entre as ordens também existiam. As carmelitas do convento do Carmo se apossaram do hospício de Nossa Senhora do Ó, em detrimento dos frades franciscanos de Santa Madalena do Sul a outra parte contestadora, que reclamava a posse do asilo. No termo que esclarece a questão, documento que se encontra na revista do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de Alagoas volume II, há a seguinte informação: “ no dia 17 de janeiro de 1733 tomaram posse no hospício de Nossa Senhora do Ó da Vila de São Miguel, os religiosos do Carmo calçados da Província da Bahia...24 de janeiro deste presente ano de 1735 morando a maior parte destes dois anos no dito hospício o reverendo Padre Prior Frei Custódio do Sacramento e Lima e seu companheiro, o Padre Frei Manoel da Sacra Família, sempre os ditos religiosos viverão com notável procedimento e aceitação de todo o povo e observação a que EL. Rei Nosso Senhor ordena no seu alvará régio sobre a fundação do dito hospício...pelo que, atendendo a capela de Nossa Senhora do Ó, cuja dádiva confirmou o Ilmo. Sr. Bispo D. Frei Joseph Fialho para nela principiarem as obras...Freguesia de Nossa Senhora do Ó de São Miguel dos Campos aos 24 de janeiro de 1735”.
. Como se observa, os padroeiros e padroeiras eram envolvidos também nessa disputa pela hegemonia das ordens religiosas, havendo ás vezes substituições dos santos, como é o caso de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que era a matriz originalmente, sendo substituída mais adiante pela Santa do Orago da Freguesia de Nossa Senhora do Ó, de São Miguel dos Campos.
A Igreja de Nossa Senhora do Livramento e a Igreja Ermida da Santa Cruz, foram vítimas da enchente do Rio São Miguel, exatamente na mesma época que foi criada a Freguesia de Nossa Senhora do Ó, em 1702 e foram demolidas, logo em seguida. Outra igreja que sofreu o mesmo problema foi a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que ficava localizada na Rua Dr. Júlio Prestes, também conhecida como, Rua do Correio, ela era edificada onde é hoje a casa do empresário Nivaldo Jatobá, ela sofre apenas danos materiais e foi recuperada, meses depois, curioso é que ela permaneceu quase dois séculos como matriz oficial da Freguesia de Nossa Senhora do Ó. Alguns comerciantes tinham superstições, devido a estrutura de como a igreja foi edificada, a frente dela era defronte para o rio (a rua que dá acesso à Praça de Multievento ), o fundo da referida igreja era virado para o comércio. Segundo os comerciantes, a igreja dava azar às vendas pelo motivo da sua instalação em forma contrária.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário acolheu as imagens das outras igrejas demolidas, como por exemplo: Nossa Senhora do Livramento, Nossa Senhora das Graças e São Benedito. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos por consequência do destino, a igreja sofreu mais um abalo da natureza, foi demolida em 1938 e os materiais que sobraram da referida igreja foram levados e aproveitados para a construção da Igreja de São Benedito, que foi concluída em 1950. Com excesso das enchentes do Rio São Miguel toda estrutura física da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foram demolidas e o conselho da Freguesia de Nossa Senhora do Ó que tinha como administrador o Padre Francisco de Moura Lima (1817/1833), em conjunto com outros órgãos ligados ao catolicismo resolveram construir uma nova sede para atender os benefícios constantes dos fiéis da comunidade, que suplicavam por proteções constantes a Nossa Senhora do Ó. Exatamente em 1835, o sonho foi concretizado, foi edificada a Igreja de Nossa Senhora do Ó, neste tempo o povoado de São Miguel já tinha passado à condição de vila com a denominação de Vila São Miguel, isto aconteceu em 10 de julho de 1832. A Matriz de Nossa Senhora do Ó, foi inaugurada pelo Padre Manuel Joaquim da Costa (1834/1839), próximo à igreja existia um cemitério que fazia parte do seu contexto, onde é hoje a Escola Municipal Imaculada Conceição.
A Matriz de Nossa Senhora do Ó foi feita de forma inclinada, no estilo Barroco e Rococó, contendo na frente três portas e cinco janelas adjacentes, no seu arco divisor um cruzeiro e uma torre do lado direito, os oitões compostos de dez janelas e duas portas e o fundo num formato de uma entrada ocultada. Em 1910, foi edificada uma varada, acima da entrada da igreja, no intuito de acomodar os grupos de louvores, mencionado na hora da missa, espaço erigido na gestão do Padre Emílio Diverchy (1905/1910). Em 1913, o proprietário do Engenho do Coité, Coronel Marcos Antônio José da Silva, fez uma doação de um relógio para a Matriz de Nossa Senhora do Ó, ele veio diretamente da França, transportado de navio para o porto do francês, que ficava localizado na antiga capital de Alagoas, Cidade de Alagoas (atual Marechal Deodoro), e as peças do relógio foram trazidas de barcaças pelo Rio São Miguel. O relógio foi instalado como destaque na torre da igreja, na gestão do Padre Epifânio Moura (1911/1913).
Em 1921, foi erguida a torre do lado esquerdo, na administração do Padre João Teixeira de Vasconcelos (1917/1920) e inaugurada pelo Padre Júlio de Albuquerque (1921/1953). Ela foi oferecida a Nossa Senhora do Ó como forma de pagamento de uma promessa feita por Dona Maria Julia, esposa do Coronel Francisco da Rocha Santos, comandante da guarda nacional de São Miguel. Dona Maria Julia, foi sanada de uma doença grave, graças às orações e os milagres de Nossa Senhora do Ó. Na torre foi esculpido um relógio a óleo idêntico ao relógio original, dizem, que ele chegou a trabalhar, agregado no outro com uma corda.
Na década de setenta, a Matriz de Nossa Senhora do Ó foi restaurada, pelo Padre Benício de Barros Dantas, onde foram mudados alguns detalhes da sua beleza interior, perdendo assim, um pouco da sua originalidade do passado. A pintura do teto, com efeito de perspectiva realidade, com elementos arquitetônicos, que, a distância dava a impressão de se ter o céu à vista, com Nossa Senhora resplendorosa no centro entre nuvens, cercada por anjos, foi substituído por um teto de madeira. O seu altar-mor, que era de estilo colonial, com traço revestido de dourado, foi destruído e no seu lugar foi levantado um simples altar, sustentado por um forte torno e tendo como cobertura uma pedra de mármore trabalhada. Outra coisa que foi muito contestado pela comunidade miguelense foi à retirada da pia benta, por ser um lugar sagrado e tradicional no contexto histórico e cultural da humanidade. A Matriz de Nossa Senhora do Ó amparou as imagens das outras igrejas, vitimadas pela enchente do Rio São Miguel, algumas delas, vieram definitivamente, já outras, ficaram aguardando a construção da sua própria casa, foi o caso da imagem de São Benedito.
Todos os padres que passaram por São Miguel dos Campos, deixaram seus legados e suas contribuições para o engrandecimento da Matriz de Nossa Senhora do Ó e alguns deles, deixaram seus nomes gravados nas memórias e nos corações dos miguelenses. Citarei alguns nomes sem desmerecer os demais: Padre Júlio de Albuquerque, Padre Benício Barros Dantas, Padre José Neto, Padre Hildebrando Guimarães, Padre José Silva de Oliveira, Padre Epitácio Ferreira Palmeira Júnior, etc. A Matriz de Nossa Senhora do Ó foi transformada em Paróquia pertencente à Diocese de Penedo, sobre a responsabilidade do Padre Jackson Ribeiro do Nascimento e do seu adjunto, Padre Thiago Barbosa. Antes do Padre Jackson, o Padre Erick desempenhou um excelente papel, em prol da comunidade e da própria igreja, como exemplo podemos citar o concerto do relógio da Paróquia, que há muito tempo estava parado, é uns dos cartões postais da cidade, a restauração e a pintura da Paróquia e muitas coisas mais...
Esse monumento, apesar de perder alguns elementos de fundamental importância, nos longos dos anos, ainda mantém em seu domínio um vasto acervo de imagens e peças de grandes valores, como também, muitos bens materiais, como é o caso do Prédio onde funciona o Colégio Nunila Machado, da Escola Municipal Imaculada Conceição, da antiga residência da Dona Olódia Machado, da Casa Paroquial, etc.
Nossa Senhora do Ó é a padroeira do município de São Miguel dos Campos e o Arcanjo São Miguel, que deu nome ao rio, ao povoado, a vila e consequentemente à cidade é o co-padroeiro.
POESIA DA GREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO Ó
O LADO DE FORA
Te fizeram num aspecto inclinado,
Num lindo formato arquitetônico,
Uma obra inspirada do barroco
Por grandes mestres do passado.
Aos lados duas varandas separadas
Enfeitadas de pequenos cogumelos torneados,
No seu centro, vários degraus agrupados
Que nos levam ao encontro a Casa Santa.
A frente é composta de três portas,
Escavacadas no estilo colonial,
Porém, duas portas são mais estreitas
Do que a grande porta principal.
Estão expostas na face da parede,
Cinco fabulosas janelas adjacentes,
Onde de cima de suas varandas gradeadas
Avistamos a Praça com a Nascente.
No seu arco duas torres laterais,
Com lindas fachadas decoradas,
Esculpidas por várias mãos sagradas
No mais eterno adorno espiritual.
A torre da direita é mais antiga,
Já existia, desde a sua fundação,
Contém quatro aberturas transparentes
Onde os seus sinos badalam, nos dias de missões.
No seu acervo um relógio original (França, 1913),
Doado pelo proprietário do Engenho do Coité,
Conhecido por Coronel Marcos Antônio José da Rocha e Silva
Grande voluntário das terras dos Caetés.
A torre da esquerda foi uma obra oferecida (Inaugurada em 1921)
Como prenda por Maria Júlia da Rocha Santos,
Dama da grande sociedade miguelense
Que premiou com ela a Mãe do Espírito Santo.
Nela foi esculpido um relógio a óleo
Quase idêntico ao relógio da torre da direita,
Nos conta a velha guarda do passado
Que ele chegou a trabalhar engatado no outro com uma corda.
No seu arco divisor, um cruzeiro,
Dando o parecer de cinco estrelas semelhantes,
Que acesas com suas luzes brilhantes
Torna a Matriz mais elegante.
Seus oitões são compostos de belas colunas,
Tendo o formato parentesco um com o outro,
De cada lado nove janelas e duas portas
Que também fazem parte da sua obra sagrada.
No seu terminal uma frente oculta,
Talvez tampada, mandado pelo vigário,
Não tem porta apenas dois olhos estrelados
Onde neles avistamos a Praça do Centenário.
O LADO DE DENTRO
O seu pátio é composto de lindos bancos aconchegantes,
Esculpidos no mais bonito visual,
Todos em madeiras tropicais
Agrupados em duas filas diferentes.
Acima da cabeça avistamos
Uma varanda erguida na entrada,
Onde cantam em grupos as passaradas
Dando testemunhos de amor a Mãe Santíssima.
O seu pavimento é totalmente revestido
No padrão artístico e neoclássico
Com lindas figuras geométricas desenhadas,
Na superfície esmaltética dos mosaicos.
Entre as paredes grossas dos oitões,
Estão ostentadas duas colunas arcadas,
Contendo em cada uma, quatro aberturas ovaladas
Que separam os lados opostos do salão.
No corredor oposto da direita,
Existe uma porta com uma escada,
Que por dentro dela escalada
Chegamos até o centro da torre.
Expostos na parede quatro altares,
Que abrigam os seus eternos homens santos,
São José, São Cristóvão e o Anjo Gabriel
Juntos da Mãe e do Filho do Espírito Santo.
No corredor oposto da esquerda,
Se esconde uma pequena gruta reaberta,
Onde na extremidade uma pia benta
Que serve de batismo às criançadas.
No acervo da parede três altares,
Onde se acomodam as mulheres mais amadas;
Santa Terezinha e Nossa Senhora do Carmo
Ao lado da Família Sagrada.
No centro de seu templo um arco divisor,
Onde avistamos dois altares voluntários:
À esquerda o Sagrado Coração de Jesus
E na direita Nossa Senhora do Rosário.
Nos corredores duas aberturas frontais,
Que nos levam direto as suas sacristias,
É lá onde os fiéis arrependidos
Rogam para Deus as suas profecias.
Nas suas alturas laterais dois auditórios,
Traçados por grossas vigas verticais,
Tendo como sustento as suas paredes principais
Que suportam bravamente os seus pesos materiais.
O seu altar-mor, porém, é mais moderno,
Nada sobrou do altar-mor do seu passado,
Apenas existe uma pedra de mármore trabalhada
Que é erguida por um forte torno prostrado.
No seu final a sua capela-mor,
Onde três imagens acolhem a população;
A padroeira da terra Nossa Senhora do Ó
Acompanhada de São Miguel Arcanjo e São Sebastião.
IGREJA DE SANTO ANTÔNIO DO FURADO
Antes de 1630, essa Capela já existia e fazia parte do contexto industrial do Engenho do Furado, ela está localizada na zona rural da cidade de São Miguel dos Campos. Quando os holandeses invadiram a Capitania de Pernambuco em 1630, eles também estiveram em Alagoas ( como todo mundo sabe, Alagoas na época pertencia a Pernambuco ), neste período vários engenhos e sesmarias de Alagoas foram vítimas de atentados e destruições, inclusive o Engenho do Furado.
Os flamengos, como eram conhecidos os holandeses, apossaram-se do Engenho e consequentemente da Capela e fizeram da Capela um esconderijo para se esconder das tropas portuguesas, depois eles construíram em baixo do altar-mor um túnel que ia dar de encontro com as águas do Rio São Miguel, quando os holandeses avistavam os portugueses eles adentravam no túnel subterrâneo e saíam dentro do compartimento do salão da Capela e vice-versa, eles também esculpiram a figura de dois anjos celestiais no teto da Capela.
A Capela do Engenho do Furado é a mais importante dentro do contexto histórico e cultural do município, pelos fatos e acontecimentos que aconteceram durante a sua trajetória. Entre os fatos acontecidos podemos destacar a Lenda da Princesa do Furado, estória que chamou muita atenção tanto dos moradores da fazenda como da sociedade miguelense. Segundo relatos dos moradores mais antigos, em noite de lua cheia aparecia uma bela moça vestida num lindo vestido branco com um luxuoso véu na cabeça, onde o mesmo cobria os seus longos cabelos, deixando-lhe apenas de fora o seu lindo rosto encantador. Quando os rapazes iam para as festividades na cidade avistavam a imagem da princesa assentada em uma pedra, que ficava exposta do lado esquerdo da Capela, e quando os rapazes passavam, ela pedia presentes e quando estes retornavam da festa para lhe entregar os presentes, a moça desaparecia.
Muitos anos depois, a Capela foi reformada, ganhando uma nova roupagem, onde foi edificada uma frente nova com várias aberturas transparentes, contendo uma pequenina torre. A frente é composta de lindos detalhes decorativos, com fachadas em estilo barroco e neoclássico e acima do seu arco divisor um lindo cruzeiro fulminante. O mais importante é que eles preservaram a frente da antiga Capela, ela foi agregada por trás da frente nova, e ficou sendo a porta oficial de entrada dos fiéis. Em 1725, a Capela passou a condição de Igreja, ganhando assim, uma nova identidade, passando a chamar-se Igreja de Santo Antônio do Furado, por sinal, os ancestrais da família Cavalcante, eram devotos do milagroso Santo, conhecido por todos, como Santo Antônio Casamenteiro. O Santo passou a ser o patrono da Igreja, onde foi construído um belíssimo santuário para acomodar a sua imagem, ele também foi condecorado pelo dono da fazenda como Santo Padroeiro dos moradores e protetor das terras pertencentes à fazenda.
Na proximidade da Igreja existe um Campo Santo, onde estão sepultados os entes queridos da família Cavalcante.
A Igreja hoje é um patrimônio particular e pertence ao casal José Cavalcante e Wilma Jatobá Cavalcante. O casal, anos após anos vem preservado a sua estrutura com muito esforço e dedicação para que ela continue sendo a referência arquitetônica da cidade de São Miguel dos Campos, isto é motivo de orgulho para nós miguelenses.
A Igreja apesar de ser particular está sempre de portas abertas para receber os visitantes. E só marcar e agendar com o proprietário a sua visita!
A IGREJA DE SÃO BENEDITO
A beata Maria José Leitão doou um terreno a São Benedito. Zé Mira reuniu toda comunidade miguelense e começou a construir a igreja com os restos que sobraram da igreja de Nossa Senhora do Rosário, destruída pelas enchentes do rio São Miguel.
Em 1950 graças a ajuda dos fiéis e do Monsenhor Benício Dantas a igreja de São Benedito foi construída outra vez. Lembrando a todos que a igreja do Rosário era conhecida como São Benedito.
A IGREJA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
Foi construída na década de oitenta mais ou menos. A dita igreja erguida através de uma campanha feita pela Matriz de Nossa Senhora do Ó, na gestão do Monsenhor Guimarães e em forma de mutirão, Matriz, fiéis e comunidade fizeram a igreja Nossa Senhora de Fátima (Bairro de Fátima).
A CAPELA DE SÃO SEBASTIÃO
Foi construída pelo proprietário da Usina Roçadinho e está erguida no povoado Bernardo Lopes (antigo Sebastião Ferreira).
Ainda existe no município a Igreja Santa Terezinha no povoado do Coité, a de São Miguel Arcanjo no Loteamento Rui Palmeira, ambas construídas pela paróquia de Nossa Senhora do Ó na gestão do Padre Epitácio Ferreira Palmeira Júnior. Existe também duas creches da paróquia que atendem a comunidade do município.
PÁROCOS DA NOSSA COMUNIDADE
Atualmente a nossa cidade possui duas paróquias: Nossa Senhora do Ó, criada no ano de 1683 e a de Nossa Senhora de Fátima, criada em 13 de maio de 2007. Durante esses anos alguns padres se destacaram: Cônego Júlio de Albuquerque, Padre Abelardo Romeiro (pároco coadjutor), Monsenhor Benício de Barros Dantas, Padre José Neto, Monsenhor Hidelbrando Guimarães, Padre Maurício, Padre Pedro Lopes, Padre Antônio Vivaldo, Padre José Silva de Oliveira, Padre Bartolomeu, Padre José Barbosa Neto, Padre Judá Barbosa, Padre Epitácio Ferreira Palmeira Júnior, Padre Antenor Montenegro Junior, Padre Daniel do Nascimento, Padre Erik José Oliveira de Almeida e Padre Ednaldo Batista dos Santos.
Atualmente a cidade possui dois padres, são eles:
Jackson Ribeiro do Nascimento (Igreja Matriz Nossa Senhora do Ó) e Thiago Barbosa, padre da Paróquia Nossa Senhora de Fátima.
ENGENHOS E OS FATOS ACONTECIDOS
Engenho Sinimbu
O investimento inicial para a montagem do engenho era bastante alto. O proprietário tinha que adquirir as instalações na Europa, comprar escravos, fazer às construções e limpar a mata para o plantio da cana.
No engenho havia:
A CASA GRANDE, residência do senhor de engenho, sua família e agregados;
A SENZALA, habitação dos escravos, próxima à casa-grande. Era formada por um ou mais cômodos, janelas com grades e uma porta;
A CAPELA anexa à casa-grande congregava os habitantes do engenho nas cerimônias religiosas.
As plantações de cana ocupavam a maior parte da grande propriedade rural. Após dezoito meses do plantio, os escravos colhiam a cana e a amarravam em feixes, que eram transportados em barcos ou em carros de bois até a moenda.
Na moenda, a cana era lavada e moída para a extração do caldo. Em seguida, esse caldo era levado para as caldeiras, onde era fervido em tachos de cobre até transformar-se em melaço.
O melaço era encaminhado para a casa de purgar e colocado em fôrmas de barro com o formato de sino. Após aproximadamente quinze dias, o melaço endurecido era retirado das fôrmas e, devido o seu formato, recebia o nome de pão-de-açúcar, estava pronto o açúcar mascavo, de cor dourada.
Os pães de açúcar eram quebrados em pequenos torrões que, depois de bem secos, eram encaixotados. As caixas eram transportadas para os portos, através do rio São Miguel, de onde seriam exportadas para Europa.
Da cana também extraia a aguardente, mas a produção era insignificante.
Sabemos que toda área alagoana ao sul do Rio São Miguel existia engenhos de açúcar.
Dos Rochas encontra notícias da sua presença do rio São Miguel, no começo do século XVII, em correspondência do rei para o governador Dom Diogo Botelho, por carta de 30 de agosto de 1606, fica-se sabendo que João da Rocha e Sebastião da Rocha, naturais de Viana, viviam em São Miguel.
O engenho São Miguel pertencia a Marten Meyendersen, fora antes de Antônio Barbalho Feio. Não moía e com certeza estava arruinado e o mais antigo engenho do vale de São Miguel, onde floresceu depois, a lavoura canavieira com fundação de novos e importantes engenhos. Este São Miguel é o mesmo engenho Sinimbu ou Sinimby com que apareceu em outras referências, contém mesmo sentido inclusive no mapa de Gaspar Barleus e Vingboons “edição holandesa”, em que tanto o rio como o engenho receberam o nome de Sinimby.
O papel do engenho Sinimbu na história política das Alagoas foi dos mais importantes e a sua existência está ligada a ação histórica de Dona Ana Lins, mãe do Visconde de Sinimbu. Os filhos de igualmente nomes regionais: João Lins Viera incorporou Cansanção de Sinimbu com que se tornaria conhecido na vida pública do império: Senador, ministro de estado, chefe de gabinete; Inácio de Barros Vieira suplementou-se com Cajueiro; Manuel Duarte Ferreira acrescentou Ferro. Várias outras famílias fizeram a mesma coisa.
Em 1817 a Revolução Republicana de Pernambuco, encontrou numa senhora de engenho o seu mais forte esteio nas Alagoas, Dona Ana Lins, mulher de Manuel Vieira Dantas e mãe do futuro Visconde de Sinimbu, fez do seu engenho o grande centro de combate. A cavalo, de engenho em engenho, vencendo léguas sem desânimo, animou os receosos e convenceu os descrentes. Angariando adeptos e aos escravos prometeu alforria para que pegassem em armas como homens livres.
Vencida a resistência republicana pela atividade reacionária do Conde dos Arcos e nas Alagoas em particular, pela reação do ouvidor Batalha, não perdeu a Senhora do Sinimbu sua crença republicana nem ela nem o marido não ofertou seu idealismo diante da reação surgida. E em 1824, ao lado do marido, vemos ainda a frente dos rebeldes alagoanos.
Vieira Dantas concentrou-se em São Miguel, onde combateu violentamente, vindo entre tanto a ser preso, juntamente com seu filho Frederico. No engenho, D. Ana Lins levantou barracas da mais feroz resistência, concentrando os últimos fieis à revolução.
Na casa-grande do Sinimbu, que Craveiro Costa chamou de “essa trincheira da república” combateram os últimos rebeldes até terminar a pólvora e acabar o chumbo. A senhora do engenho dirige a resistência, assiste o incêndio dos seus canaviais e das casas dos moradores, pelas tropas legais. Nada, porém, lhe quebraram a fibra.
Quando as forças da legalidade entraram na casa-grande, “já não haverá homens na última trincheira da república em Alagoas”, Dona Ana Lins garantiu a evasão de sua gente e enfrentou a prisão. Prisão a que foi acompanhada, por pedido seu, de seu filho João nos seus 14 anos. Mãe e filho foram recolhidos à cadeia da capital.
Mais tarde, anistiada pelos rebeldes e libertada, a Senhora do Sinimbu, é ainda Dona Ana Lins quem assume o encargo de restaurar a sua propriedade. A heroica senhora de engenho enfrentou árduas dificuldades, com a escravaria fugida, os canaviais arrasados, o gado despeço e as casas queimadas. Quando o marido regressou ao lar, livre pela fuga da cadeia do Recife e pela anistia concedida, já encontra o sinimbu em fase de plena restauração, reingressando na sua importância de antes.
São Miguel era conhecida como a cidade heráldica das Alagoas, expressão escrita por Romeu de Avelar, devido ao grande número de famílias portadoras de títulos na nobiliarquia ali nascida.
Ligados à família Sinimbu apareceram outras figuras ilustres interligadas na história dos engenhos alagoanos: seu irmão Manuel Duarte Ferreira Ferro, depois Barão de Jequiá, com grandeza um dos participantes do movimento revolucionário de 1824, e que escapando da prisão, conseguiu arrancar seu pai e outro irmão.
Imagem 3: Manuel Duarte Ferreira Ferro
Fonte – Arquivo do acervo cultural da Fazenda Prata em Jequiá da Praia.
O tenente Francisco Frederico Vieira da Rocha. Epaminondas da Rocha Vieira (Barão de São Miguel), que também foi senhor do engenho Sinimbu. Ana Vieira de Albuquerque Maranhão (a Baronesa de Atalaia), Maria Accioly da Rocha Vieira (Dondon), esposa do Dr. Francisco Duarte, filha de Francisco Frederico e irmão do Barão de São Miguel. Epaminondas da Rocha Vieira recebeu como herança paterna o célebre engenho Sinimbu, vendendo-o depois aos irmãos João e José César Teixeira. Naquele engenho heráldico funciona, hoje, a Usina Caeté S/A.
Entre outros bens, legaram aos filhos, Francisco Frederico, o engenho Sinimbu, e ao Barão de Jequiá, os engenhos Góes e São Sebastião e Visconde de Sinimbu herdou os engenhos Ilha e engenho Novo (o novo Sinimbu).
José Antônio Pereira da Silva, que foi proprietário do engenho Conceição de Sinimbu, em São Miguel dos Campos, se retirou para a Bahia com bens e família, vindo depois fixar residência em Maceió como negociante, foi útil do progresso local.
OUTROS ENGENHOS IMPORTANTES
O Engenho Tibiriçá pertenceu ao Coronel Francisco Araújo Jatobá (avô do ex-prefeito Nivaldo Jatobá).
O Engenho Prata pertenceu ao comendador Miguel Soares Palmeira, depois passou a pertencer a João Sampaio, onde hoje pertence ao Sr. Miguel Soares Palmeira.
O Engenho do Coité pertenceu ao Coronel José Antônio José da Silva.
O Engenho Conceição pertenceu ao Coronel José Elias Frota de Almeida.
O Engenho Caixacumba pertenceu ao Coronel Antônio Moura Castro.
O Engenho Retiro pertencia ao Coronel Rosendo César de Góis.
O Engenho do Furado pertencia a Moacir Cavalcante de Albuquerque Pessoa.
O Engenho do Varrela pertenceu à ilustre família Rocha Cavalcante. Lugar em que havia uma capela de ingênua beleza, hoje transformada em centro de criação. Quase se modificou em cemitério, cercada por um gradil, os espaços são ocupados com túmulos e monumentos onde são guardados os restos mortais de velhos homens rurais, suas esposas e parentes. Alto cipreste, espirradeiras, árvores diversas completam a paisagem e embeleza o ambiente. Hoje, pertence à Usina Caeté S/A.
No poço, o Zé Elias
No Coité, o seu Zé Marcos
No Sinimbu, o seu João César
No Retiro, eu não vou
No Prata, seu João Sampaio
Lá no sítio do seu Chico
Aqui na rua da ponte
O Coronel Salvador.
Escravos que escaparam da inquisição republicana
O Mulato José, seu proprietário Moacir Cavalcante de Albuquerque Pessoa, um dos donos do Engenho Furado, desconfiava que ele tivesse ido para o riacho fundo de baixo, na palmeira de fora, onde tinha parentes e dali para alcançar a estrada de ferro de Pernambuco com destino a alistar-se como voluntário da pátria.
O cabra Sabino, fugiu do Engenho Rocha para a capital com o intuito de se oferecer como voluntário. Seu proprietário anunciou que pagava bem a quem o prendesse.
Sotério e Benedito Sirinhaém, fugidos do Engenho Varrela, ambos tinham cicatrizes de chicotes, pois foram surrados em 13 de setembro de 1859. Nicolau, fugido do Engenho Prata, tinha o rosto descarnado em 21 de outubro de 1858.
Em 1885, as regiões mais açucareiras de Alagoas ficaram assim servidas, desses melhoramentos a construção dos engenhos centrais. Em 1886, havia começado as obras de um terceiro engenho central: o “Cansanção de Sinimbu” em São Miguel dos Campos (atual Usina Cansanção de Sinimbu) hoje pertencente ao município de Jequiá da Praia.
O sonho dos senhores de engenhos era de fundar uma cooperativa de plantadores de cana de São Miguel dos Campos e graça ao empenho de todo este sonho foi realizado. E as usinas atualmente são os maiores progressos do nosso município.
OS SOBRADOS ANTIGOS E A SUA TRAJÈTORIA DE VIDA
O SOBRADO DA BARONESA, ATUAL CASA DA CULTURA
Este lindo Solar é uma arquitetura do início do século XIX, estilo eclético com lindas fachadas neoclássicas, construído no ano de 1827, sendo uma das casas mais antigas do município. Ele pertencia a Ana Maria José Lins, proprietária do Engenho Sinimbu. O luxuoso Casarão foi construído por Ana Lins para ser seu ponto de encontro, com amigos e familiares nos finais de semanas na cidade, pois a mesma morava na Casa Grande do Engenho Sinimbu.
O Casarão era composto de sala de estar, um corredor, quatro quartos, sala de jantar e um porão nos fundos da casa. O corredor era todo revestido de mosaico e os demais compartimentos com piso de assoalhos, coberto com lindos tapetes, em meio as conversadeiras de palhinhas e jacarandá e ao brilho dos lambaris dourados e dos candelabros de cristais, além do andar superior da casa que servia para encontros de senhores de engenhos e reuniões constantes para debater sobre a classe e a política de um modo geral.
Quando Ana Lins dividiu os bens para os filhos, o Sobrado passou a pertencer a Francisco Frederico da Rocha, Capitão de Ordenança e líder da Revolução Pernambuco em 1817 e da Confederação do Equador em 1824, além do Solar, o Capitão também recebeu como herança, o complexo industrial do Engenho Varrela.
Francisco Frederico tinha dois filhos, Benjamin Franklin e Epaminondas, ambos eram netos de Ana Lins e sobrinhos do Visconde de Sinimbu, um dele ia se casar, e o capitão ofereceu ao filho o Casarão de presente, foi quando o dito sobrado passou a pertencer ao futuro Barão de São Miguel, Epaminondas da Rocha Vieira.
Epaminondas casou-se com Antônia Leopoldina da Rocha Vieira, filha de Manuel de Moraes Bastos e de dona Leopoldina Augusta da Rocha Barros. Epaminondas foi contemplado com o título de Barão com grandeza, pelo Reino de Portugal, concedido pelo Rei Dom. Luís, em 18 de dezembro de 1870 e foi outorgado pelo Imperador Dom. Pedro II, na sua vinda a Alagoas, pela atenção do valioso donativo que fez a um estabelecimento de caridade da cidade de Setúbal - Portugal. A Baronesa era uma pessoa caridosa, simples sem ferir o porte de grande dama, vivia de coração aberto para todos que visitavam o luxuoso Solar, onde as pessoas eram recebidas com muito requinte, deixando os convidados encantados com tudo que eram proporcionados durante as festividades, tais como: palestras, reuniões saraus e bailes, por conta das formosas festas realizadas pela Baronesa, o residencial passou a ser chamado de Palacete da Baronesa. Além da Baronesa e do Barão, morava também na casa a filha bastarda do Barão, Elvira filha dele com uma escrava, por nome de Rosa. O Barão faleceu 1897 e a Baronesa em 1914, registro encontrado nas pedras tumulares do cemitério local. Ela morreu dezessete anos após a morte do marido.
Quando a Baronesa faleceu, ele estava fechado, por motivo superior, e foi reaberto seis anos depois, ou seja, em 1920, para servir como Prefeitura do Município de São Miguel dos Campos, na época da intendência, quando os prefeitos eram indicados pelo Governador do Estado, o Palacete da Baronesa, permaneceu como Prefeitura até os anos quarenta.
Em 1950, outra vez o prédio foi reativado para que nele funcionasse a Cadeia Pública Municipal, onde foi mudado algumas coisas da sua característica, principalmente na sua parte interna. O piso original foi trocado por lajotas de cerâmica, os quartos do Palacete foram transformados em celas na qual as portas e as janelas, que antes eram de madeira, passaram a ser substituída por grades de ferro, tornando assim, um lugar mais seguro, para atender as necessidades da sociedade. Já no final do Sobrado foi construído um refeitório, que passou a fazer parte também da estrutura da casa, lugar este, que servia como acomodação para que os soldados fizessem as refeições. Também funcionava nas suas dependências, a Recebedoria Estadual que ficava localizada logo na sua entrada, um pequeno espaço, contendo um balcão, que servia para atender a clientela e na sua parte superior, o Tribunal de Júri, espaço cedido pelo Delegado ao Juiz para as realizações das sentenças judiciais, pois na época o Fórum que ficava ao lado da Cadeia, não tinha um lugar apropriado para as realizações das mesmas. A Cadeia e os demais departamentos funcionaram até 1971, quando foi construído a nova Delegacia Estadual no município.
O Palacete da Baronesa foi transformado em Casa da Cultura, no dia 04 de fevereiro de 1984, com a força do Historiador e Professor Douglas Apratto Tenório, que na época era Secretário de Educação e Cultura do Estado de Alagoas, na gestão do Governador Divaldo Suruagy, com a participação da Diretora do Departamento de Assuntos Culturais Vanuza de Barros de Melo, contribuíram bastante para a sua fundação. Marly Ribeiro foi quem fez o requerimento para votação na Câmara Municipal, que foi aprovado por unanimidade por todos os vereadores do município, isto aconteceu na administração do Prefeito Wellington Apratto Torres. A residência aristocrática foi estruturada a partir de doações de famílias tradicionais da cidade. Um grupo de voluntários, comandado por Vânia Alves, Marly Ribeiro, José Barbosa e Milton Moura, saíam de porta em porta, à procura de móveis antigos, peças de porcelanas e de cristais para complementar o acervo cultural da casa. O pintor Fernando Lopes foi uns dos responsáveis para o crescimento e desenvolvimento da casa, ele doou parte das suas obras, como também conseguiu trazer para o acervo, obras de outros pintores alagoanos. O acervo é composto de fotos antigas da cidade, personalidades da terra que fizeram e que fazem história em Alagoas, no Brasil e no Mundo, móveis do século XIX, peças raras do passado, quadros, esculturas de madeiras e de cerâmicas, etc.
Ao longo dos anos, a Casa da Cultura passou por várias mudanças na busca de atender os anseios da sociedade, que sempre participam ativamente das suas atividades do dia a dia, com diversos cursos ligados à área da cultura, apresentações de folguedos populares, saraus de poesias, peças teatrais, palestras, exposições e festividades comemorativas. Atualmente a Casa da Cultura é o elo atraente, que prende os miguelenses às coisas da intelectualidade e da arte, de uma forma geral.
Em 24 de novembro de 2009, pelos projetos de lei, 28, 29 e 30 aprovados pela Câmara e sancionados pela Prefeita Roseane Santos, onde ficam criados os seguintes equipamentos: Casa da Cultura, Museu Histórico e Cultural Fernando Lopes e a Biblioteca Escritora Guiomar Alcides de Castro. O prédio da Casa da Cultura foi tombado como Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Alagoas pela lei 4.741/85 de 18 de novembro de 2010.
Ainda funcionam na casa, a Secretária Municipal de Cultura, o Telecentro de Informática Guiomar Alcides de Castro e a Academia Miguelense de Letras e artes -AMILA.
O Museu Fernando Lopes, atualmente, depois do IPHAN, é o único em Alagoas com a tecnologia QR cader, para que os visitantes e alunos possam conhecer melhor o acervo do referido museu.
É interessante informar que este lindo prédio arquitetônico pertence ao Estado de Alagoas, já os pertences da casa são Patrimônio Municipal. Na gestão do Prefeito Nivaldo Jatobá foi feito um acordo com o Governador Manuel Gomes de Barros, que assinaram um documento chamado de comodato, onde o município fica de posse do prédio, durante dez anos, não importa o prefeito que esteja no poder, a obrigação dele é de renovar o documento de dez em dez anos.
A CASA DA CULTURA
Esta obra do passado,
Tem história para contar;
E para todos eu vou falar
De tudo dela um pouquinho;
Porque muitas coisas existiram
Na rota do seu caminho.
Desde o tempo do império,
Este lindo casarão;
Pertenceu a um Barão
Sobrinho do Visconde,
Que viveu por muitos anos
Nas terras de São Miguel.
Também já foi prefeitura,
Recebedoria estadual;
Tribunal de júri
E até cadeia municipal,
E hoje retrata a vida
De um acervo cultural.
Coitada! Estava falida,
Quase tudo destruído;
Mas graças ao prefeito
Que trabalhou com seus méritos,
E transformando-a num jardim
De flores tão perfeitas.
Agora de tudo há nela,
Ninguém poderá mais reclamar;
Até a sua biblioteca
Voltou a funcionar,
Além de ter vários cursos
Para a comunidade se aperfeiçoar.
No seu centro um museu,
Com lindas decorações;
De vários artistas Miguelenses
E também de outras nações,
Que doaram os seus trabalhos
Em prol da população.
Poesias e folclores,
Peças raras do passado;
Retrato vivo de uma história
Tudo se tem arquivado,
Até o seu palco de teatro
Também está preparado.
O cenário está bonito,
Outra igual não pode haver;
Hoje a casa de cultura
Se dá gosto de se ver;
Parabéns aos seus Artistas
Pelo dom do teu saber.
O SOBRADO DA FAMÍLIA LOPES
A esposa do dono deste lindo solar, em entrevista comigo, afirmou-me naquele momento, que a sua residência é da mesma época do sobrado da baronesa (atual casa da cultura), ou seja, de 1827, segundo relato do seu pai, José César Teixeira, inclusive o referido sobrado tem o mesmo aspecto do palacete da baronesa, suas fachadas e sua estrutura são todas ornamentadas em estilo eclético e neoclássico.
O luxuoso sobrado pertencia ao espanhol Aurélio Vilanova Lopes, proprietário da fazenda Sinimbu, quem foi casado com Dona Doracy César Teixeira, a filha do agricultor José César Teixeira. Quando o casal faleceu, seu filho Petrucio César Lopes (in memória) juntamente com sua esposa Ismênia Cavalcante Lopes e suas duas filhas, Carol e Clarisse, ficaram morando no prédio. No andar de cima do sobrado, a família guarda um riquíssimo acervo das obras do artista plástico Roberto Lopes, que era filho também do fazendeiro Aurélio Vilanova Lopes. Roberto Lopes era parente do inesquecível e consagrado pintor Fernando Lopes, pois seus pais eram primos carnais.
O sobrado da família Lopes é uma das raridades existentes na cidade e faz parte do contexto histórico e cultural do município de São Miguel dos Campos – AL.
A RESIDÊNCIA DO BARÃO DE JEQUIÁ
O prédio em que funciona a Segunda Gerência Regional de Educação, foi residência de Manuel Duarte Ferreira Ferro (Barão de Jequiá). A rua onde o prédio está localizado recebeu o nome do barão para homenageá-lo. Ele morou neste lindo casarão com sua esposa Ana Rita Angélica. Depois da morte de Ana Lins, Manuel Duarte Ferreira Ferro, foi designado para tomar conta dos engenhos, Prata, Ilha e o Novo Sinimbu, no distrito de Jequiá da Praia.
Anos depois, sua esposa faleceu no engenho Prata e o Barão casou-se logo em seguida com Maria Carolina da Costa Barros, a Baronesa de Jequiá.
Segundo comentários de alguns historiadores, este prédio é da mesma época do Sobrado da Baronesa (Casa da Cultura), 1827. Sua aparência tem uma estrutura de uma construção do século XIX, com característica de estilo eclético e neoclássico, com lindas fachadas arquitetônicas, sala ampla, corredor com vários quartos, piso de mosaicos e assoalho de madeira, além de um porão nos fundos da casa.
Acima da fachada do prédio, existe um número datado de 1918, nada podemos afirmar, referente a esta data, pois não há registro nos arquivos da cidade. Algumas pessoas alegam, que este número era a maneira de identificar a quantidade de casas existentes na cidade de São Miguel dos Campos, já outros afirmam que esta data foi uma reforma, que aconteceu no prédio. Por coincidência existe as iniciais do nome do seu proprietário: J. L. S.
Sabemos que o prédio, depois do Barão passou a pertencer ao Sr. José Luiz Soares, pai do Ex. Prefeito Armando Soares, também já funcionou a prefeitura de São Miguel dos Campos.
Em 1963, o prédio foi transformado na segunda Coordenadoria Regional de Ensino, na gestão do Governador Luiz Cavalcante, que tinha como Secretário de Educação, Deraldo Souza Campos. Nesta época o prefeito de São Miguel dos Campos era o Sr. Moacir Cavalcante.
O prédio foi reformado e reinaugurado no dia 30 de janeiro de 1982, na gestão do Governador Guilherme Palmeira e do Secretário de Educação, Dr. José de Medeiros. O município de São Miguel dos Campos era administrado pelo prefeito Manuel Ferreira de Amorim.
Em agosto de 1995, sofreu a sua segunda reforma no governo de Divaldo Suruagy e da Secretária de Educação, Eunice Auto da Silva Nonô. A cidade de São Miguel dos Campos era dirigida pelo prefeito Humberto Maia Alves.
Em 2000, teve a sua terceira reforma no governo de Ronaldo Lessa, que tinha como Secretária de Educação e Desporto, Maria José Pereira Viana e o prefeito do município era Nivaldo Jatobá. Em 2016, veio a quarta reforma na gestão do Governador Renan Filho e do Secretário de Educação Luciano Barbosa. Na ocasião o prefeito de São Miguel dos Campos era George Clemente.
O CASARÃO DO CORONEL FRANCISCO DA ROCHA SANTOS
Para nossa tristeza este lindo casarão já foi demolido, mas sua identidade continua viva e registrada nos arquivos do museu Fernando Lopes, que fica situado em uma das dependências do prédio da casa da cultura na cidade de São Miguel dos campos – AL.
Este fabuloso casarão (in memoria) pertencia ao coronel Francisco da Rocha Santos, comandante da guarda nacional do município.
Quando mataram lampião em 1938, as cabeças dos cangaceiros fizeram um rodízio pelos principais Estados do Nordeste, e o Estado de Alagoas foi contemplado para expor as cabeças do grupo de lampião em algumas cidades do interior.
Naquela época, as cabeças dos cangaceiros ficaram expostas de frente para a residência do coronel Rocha Santos. Em torno de onze cabeças, todas inseridas em lata de gás e conservadas com formol. Logo depois, o cortejo foi levado até as escadarias da igreja de nossa Senhora do Ó, onde o vigário da paróquia abençoou a cabeça de lampião, de Maria Bonita e dos demais cangaceiros, seguindo depois para a cidade de Maceió. Este fato aconteceu em 1939.
OS MÁRTIRES MIGUELENSES
São Miguel dos Campos teve dentro da sua história, homens que honraram com dignidade a nossa pátria, mostrando-nos o patriotismo pelos direitos e deveres da nossa terra, lutaram até a morte com um só pensamento, liberdade, liberdade, liberdade!
Quando os holandeses invadiram o território alagoano, em 1630, começaram a aparecer às espoliações, as investidas ao bem alheio, cujos verdadeiros detentores, sem código e sem lei, ficaram à mercê de desalmados usurpadores. Muitos proprietários foram vítimas, cederam suas terras e ainda sofreram castigos constantes. Podemos citar como exemplos:
Sebastião Ferreira: Era lavrador, suas terras eram bastante produtivas, tudo que ele plantava dava de fartura, era um homem que amava o seu admirável pedaço de chão.
Vendo a beleza do lugar, os holandeses queriam se apossar da sua propriedade. Este mártir, da nossa história enfrentou os poderosos invasores, lutando pelos bens de seu patrimônio e defendeu heroicamente todas as barreiras, até que o último tiro cessasse e labaredas queimassem os últimos talos verdes dos canaviais.
Entretanto o poder dos invasores era bem maior do que de Sebastião Ferreira, e o mesmo se entregou aos rebeldes, tendo como castigo uma verdadeira crueldade. Os holandeses atearam fogo nas plantas dos pés desse grande herói miguelense. Indefeso, deformado, se arrastava pelo chão como aleijado, aquele homem dono de muitas terras ficou abandonado pelo tempo, lutando contra a morte. Isso se deu por volta de 1639.
GABRIEL SOARES DA CUNHA: esse não fez parte dos Mártires miguelenses, mas como São Miguel dos Campos pertencia a comarca de Santa Madalena do Sul, ele entrou na nossa história. Foi o primeiro alcaide-mor de Alagoas (atual Marechal Deodoro), era filho de Diogo Soares da Cunha, fundador da vila de Madalena (Alagoas do Sul). Gabriel Soares da Cunha era dono de muitas terras e era senhor de engenho do tradicional engenho de Nossa Senhora do Rosário (Pilar), era casado com Dona Florência de Andrade, filha do capitão-mor Henrique de Carvalho, procurador do latifundiário, Gabriel Soares da Cunha, também teve o mesmo fim de Sebastião Ferreira.
MANUEL PINTO: também lavrador de canas, abastado, fora outra vítima da santa perversa dos flamengos, recebendo o mesmo castigo dos demais. Em 1817, com o fracasso da revolução pernambucana, quase dois séculos depois, dois heróis da terra dos Caetés foram barbaramente sacrificados em nome da justiça reinol, sob as ordens do cruel Ouvidor Batalha homem fiel do terrível Conde dos Arcos.
Por volta do ano de 1790, Antônio Leão trabalhava no estaleiro de propriedade do Sr. Francisco da Veiga Silva, como construtor de embarcações. Antônio Leão tomou parte da revolução Pernambucana defendendo o chão do nosso município, pois o mesmo batalhava sem medo pela vitória do ideal republicano, buscaria por novos dias para seu povo. Como o movimento dos revolucionários foi fracassado, a justiça real efetuou numerosas prisões em Alagoas. Foram vítimas em São Miguel dos Campos, Francisco Frederico da Rocha Viera (irmão do Barão de Jequiá) e o seu pai Manuel Vieira Dantas, sendo enviados para Recife. Já Antônio Leão permaneceu preso em Jequiá da Praia. Logo após a revolução, foram anunciadas as condenações dos rebeldes, muitos com pena de morte. A maioria das penas, no entanto foi comutada, menos a de Antônio Leão. Este herói das terras dos caetés, destemido sonhador, sob uma lâmina afiada de um machado, deu seu último grito de rebelião abafado na garganta. Teve seu corpo esquartejado e espalhado pelos principais pontos da praia de Jequiá. Sua história deve ser mais estudada pelos órgãos competentes, pois Antônio Leão teve o mesmo feitio de Tiradentes. “O Mártir da Independência”.
ROSA DO GENTIO DA COSTA: A heroína negra miguelense. Com o fracasso da revolução de 1817, presos os soldados insurretos no meio deles, foi encontrada Rosa do Gentio da Costa, escrava negra da “nação uçu”, como confessara forte de dentes perfeitos, mais ou menos de dezessete anos de idade, negara o nome do seu dono. Rosa, que vestia a farda militar, idealizando a libertação da terra brasileira.
No cárcere de carnes rasgada por ferros em brasa, corpo açoitado, salgado e, ainda, sob o suplício da sede e da fome. Rosa resistiu às maiorias das torturas sem descobrir quem lhe era o proprietário. Com o objetivo de identificar o dono da escrava foi feito um editor de arrematação de sua característica por ordem do Ouvidor Batalha.
Não se sabe com certeza de seu destino, presume-se que morreu como os outros revolucionários. Em São Miguel dos Campos, Rosa Gentio da Costa e Maria Quitéria, da Bahia, usando fardamento verde dos “periquitos”, lutaram pela chama cívica da independência.
ANTÔNIO JOSÉ PEDRO: brasileiro, ficou conhecido na história como o grande traidor dos miguelenses, pois o mesmo se aliou aos holandeses, teve também o seu castigo, o desalmado verdugo, conforme falava Tomás Espíndola, o tal traidor foi assassinado anos depois, nos cárceres da Bahia, por uma comparsa, pagando assim inúmeros crimes praticados contra a nossa gente.
São Miguel dos Campos também teve como na Inconfidência Mineira, os seus mártires, verdadeiros heróis que sonhavam em ver a sua pátria totalmente livre. Foram quatro os mártires miguelenses: Sebastião Ferreira, Manuel Pinto, Rosa do Gentio da Costa e Antônio Leão.
ELES FAZEM PARTE DA HISTÓRIA
ANA LINS
Dona Ana Maria José Lins, figura lendária nas lutas de 1817-1824. Era filha do sargento Mor da Cavalaria de Porto Calvo, João Lins de Vasconcelos, senhor do engenho do meio, e de Dona Ignez de Barros Pimentel, tida como descendente de Cristóvão Lins, nasceu na cidade de Porto Calvo. Casou-se com Lourenço Bezerra da Rocha, senhor do engenho Sinimbu, atual usina Caeté no município de São Miguel dos Campos no fim do século XVIII.O casal teve duas filhas. Mariana D. Antônia Arnalda Bezerra da Rocha.Com o falecimento do seu marido, a viúva e proprietária do engenho sinimbu casou-se com Manuel Viera Dantas, oriundo de antigas famílias dos sertões do São Francisco. Comerciante de gado, também viúvo e com uma filha, Maria Catarina. O casamento deu-se no início do século XIX e tiveram seis filhos: Manuel Duarte Ferreira Ferro (Barão do Jequiá), Francisco Frederico da Rocha Viera, D. Ana Viera de Albuquerque Maranhão (Baronesa de Atalaia), D. Francisca Viera Lins, João Lins Viera Cansanção de Sinimbu (Visconde de Sinimbu) e Dr. Ignácio Viera de Barros Cajueiro.
Durante algum tempo, seu marido e o seu filho, Frederico tiveram que viver foragidos, longe dos canaviais miguelenses, enquanto isso em 1824, ela ao lado do filho, via cair a última trincheira da república do Equador, batidos e cercados pelas tropas imperiais, entrincheiraram-se na casa grande do engenho Sinimbu, em chamas e resistiram até o último tiro. Renderam-se finalmente e foram recolhidos, mãe e filho a cadeia pública de Alagoas, a antiga capital da comarca, depois foram soltos pela anistia do país e voltaram para São Miguel dos Campos, reconstruíram de novo o seu engenho, onde tudo voltou a ser como antes. Essa brava guerreira, ficou conhecida dentro da história de São Miguel dos Campos, como a heroína miguelense. Morreu em 27 de abril de 1839, nas terras miguelenses.
VISCONDE DE SINIMBU
João Lins Vieira de Cansanção de Sinimbu, o Visconde de Sinimbu, nasceu em 20 de novembro de 1810, na capitania das Alagoas, então vila de São Miguel dos Campos, filho de Ana Maria José Lins e de Manoel Vieira Dantas.
Graduou-se em direito na faculdade de Olinda, em 1835, já formado, seguiu para Alemanha, com destino a secular universidade de Iena (fundada em 1558) no Grão-Ducado de Saxe-Weimar (Alemanha), era homem de belo aspecto físico e natural elegância, lia muito economia, financia, direito e história.
Retornando ao Brasil, foi presidente da província de Alagoas (1839/1840) em 1846, aos trinta e seis anos de idade. Vieira Cansanção casou-se com a ilustre Dona Valéria Tourner Vogeler, nascida em Londres, o casal teve quatro filhos e presidiu também as províncias do Rio Grande do Sul (1852/1855) e da Bahia (1856/1858).
Em 18 de maio de 1888, com apenas quarenta e dois anos de idade, era o Dr. Cansanção aposentado como juiz de direito, com honras de desembargador, foi deputado geral de Alagoas, diplomata, senador e ministro do estrangeiro, da justiça e da agricultura.
A 18 de maio de 1888, a princesa regente (Isabel) conferia-lhe o título de Visconde de Sinimbu, com grandeza. A república encontrou-o octogenário e pobre (1890) oferecendo-lhe uma pensão por ele recusada, por julgar uma ofensa à sua pobreza honrada, recusa que o Governo não aceitou, mantendo a pensão até a sua morte.
E a 21 de dezembro de 1906, morria, aos noventa e seis anos de idade, aquele homem que era uma relíquia da monarquia, conselheiro da coroa grande do império, comendador das ordens de Cristo e da rosa do Brasil, grã-cruz da legião de honra da França, da coroa de ferro da Áustria e da ordem dos Guelfos (partidário do papa e representavam a burguesia urbana, nas lutas políticas dos séculos XII/XV, na Itália) e do Hano (ver estado alemão, anezado à Prússia em 1866).
IRAMILTON LEITE
Nasceu em São Miguel dos Campos em 08 de abril de 1946 e faleceu em 01 de novembro de 1986. Primogênito dos quatro filhos de Milton Francisco Leite e de Iracema Dias Leite. Casou-se com Márcia Castro Monte Leite e tendo uma única filha, Maísa Monte Leite.
Escolaridade – fez o curso primário no grupo escolar Visconde de Sinimbu e o curso ginasial no ginásio São Miguel, tendo sido aprovado no concurso de escrivão da polícia e ter ido trabalhar na cidade de Penedo, lá fez o 2o grau. Terminado o curso, submeteu ao concurso de vestibular escolhendo direito, foi aprovado concluindo o mesmo pela Universidade Federal de Alagoas e exerceu a função de advogado por vários anos. Tendo participado de um concurso de consultor jurídico e aprovado como um dos melhores, foi imediatamente contratado pelo estado para prestar seus serviços à comunidade miguelense, onde exerceu suas funções até o último dia.
Trabalho – exerceu a função de professor do ginásio São Miguel e da escola Ana Lins, ensinando a disciplina língua portuguesa, prestou serviços como escrivão da polícia em São Miguel dos Campos e na cidade de Penedo, participou do Tribunal de Júri como advogado em várias reuniões.
Outras funções – participou como primeiro secretário da rádio São Miguel, redator chefe do jornal lutar para construir.
Atividades culturais – autor do hino de São Miguel. Autor de várias poesias, publicadas no jornal Lutar para Construir e participou como membro do movimento de cultura popular.
Título – foi contemplado com medalha de honra ao mérito por um trabalho apresentado de literatura na cidade de Penedo.
ROSA VIRGINIA DE SÁ BONFIM
Nasceu na fazenda Retiro em São Miguel dos Campos, no dia 13 de outubro do ano de 1947. Primogênita dos oito filhos de Júlio Soriano Bonfim e de Maria Ivone de Sá Bonfim foi registrada com o nome de Rosa Virginia de Sá Bonfim.
Já alfabetizada, cursou o primário no Instituto Imaculada Conceição, em São Miguel dos Campos, colégio do qual foi uma das alunas fundadoras (1955 – 1958).
Aos 11 anos de idade, prestou o exame de admissão no colégio Santíssimo Sacramento em Maceió e ali cursou todo o 2o grau, do ginásio ao científico (1959 – 1965). Foi aprovada em 1967 no concurso de vestibular de arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, onde fixou residência e colou grau em arquitetura no dia 30 de dezembro de 1971. Em 1972 a 1978, trabalhou como profissional autônomo quando elaborou e participou de vários projetos de arquitetura e urbanismo, entre eles o da urbanização da Praia de Pajuçara em Maceió.
Em 1978, foi contratada pela Fundação de Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco FUNDARP, como arquiteta.
Em junho de 1980, casou com Francisco de Assis de Albuquerque Vanderlei, Pernambucano, assinando o nome de Rosa Virginia Bonfim Vanderlei e com qual teve dois filhos: Felipe e Suzana, ambos nascidos no Recife.
É autora da Bandeira de São Miguel.
FILHOS DA TERRA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
A segunda guerra mundial foi o maior conflito da história humana, deixando um saldo de 55 milhões de mortos e 35 milhões de feridos. Foi também o palco da explosão das primeiras bombas atômicas, inaugurando um poder de destruição jamais visto pelo homem. A guerra foi provocada principalmente por Hitler, o ditador nazista que sonhava conquistar o mundo e impor a superioridade dos germânicos. Contando com uma poderosa máquina militar, a Alemanha nazista submeteu num primeiro momento quase toda a Europa.
O Brasil, apesar de manter bom relacionamento com os países do eixo, encontrava-se numa situação complicada. Apesar de Vargas manifestar suas tendências totalitárias, não resistiu à pressão Norte-Americana, que exercia influência sobre toda a América Latina. Além disso, em 1942 alguns navios mercantes brasileiros foram afundados por submarinos alemães. As pressões internas para entrada do Brasil na guerra, contra do eixo 1942.
Foi criada então a FEB (Força Expedicionária Brasileira) para combater ao lado dos aliados.
A guerra se iniciou com a invasão alemã da Polônia em 10 de setembro de 1939 e prosseguiu na Europa até a capitulação da Alemanha até a rendição das forças Japonesas em 02 de setembro de 1945. Se uniram com Stalin, Adoli e Hitler.
Em 1939 a URSS (a atual Rússia) invadiu a Finlândia. O exército atacou, comandado pelo Marechal Julov, desbaratando as forças de Hitler.
Antes mesmo após a entrada do Brasil no conflito foi intensa a propaganda Pró-Aliados e Pró-Eixo em nosso país. Dia a dia mais importante se torna a guerra Axiológica.
Naquele ano o Governo, querendo acompanhar os aliados promulgou a Lei no dia 05 de 10 de março, declarando aliado ao conflito. Tropas norte-americanas ocuparam Roma (Monte Cassino) e a Força Expedicionária Brasileira aliou-se a muitos miguelenses e assim derrotaram as tropas alemãs (1945).
Muitos miguelenses foram escalados para a II Guerra Mundial, mostrando assim o civismo e o amor pela pátria amada. Citaremos, sem desmerecer os demais, os nomes de alguns deles: Louro André, Paulo Tenório, Zé Luiz, Manoel Ferreira de Amorim, Jássom (Jatobá), Genauro, José César Teixeira, Vicente Guerra, Almir, Zé Augusto e Vavá.
Três miguelenses seguiram para a Itália para o Monte Cassino, Foram eles: Genauro, Zé Augusto e Vavá, dois deles voltaram sãs, apenas Vavá que voltou com problema, pois ele perdeu a fala, por motivo de um derrame. Algumas pessoas ressaltaram que foi uma injeção aplicada pelos americanos para que ele não contasse nada sobre a guerra.
Os demais miguelenses permaneceram na Barra de São Miguel e em Pernambuco, no território de Fernando de Noronha (no rochedo São Pedro e São Paulo) ansiosos, preparados e prontos para lutarem. Apenas esperando alguns comunicados das tropas Brasileiras.
Graças a Deus, todos voltaram com vida e foram recebidos com festa, pelos familiares e amigos, que aplaudiram de pé os bravos heróis miguelenses.
FILHOS ILUSTRES E PERSONALIDADES DA TERRA
São muitos os seus filhos ilustres e cidadãs, citaremos, sem desmerecer os demais, os nomes de alguns deles:
DOUGLAS APRATTO TENÓRIO: Mestre e Doutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco e autor de vários livros sobre a história de Alagoas.
GUIOMAR ALCIDES DE CASTRO: Escritora escreveu o livro sobre São Miguel dos Campos é membro da Academia Alagoana de Letras e pertence ao Grupo Literário Alagoano.
ANTÔNIO CÉSAR DE MOURA CASTRO: Bacharel em Direito, ocupou o cargo de Juiz da Comarca de São Miguel dos Campos e foi Desembargador do Estado de Alagoas.
MARIA BETÂNIA ROCHA DE OLIVEIRA: Mestra em Literatura Brasileira pela UFAL, pós-graduada em metodologia do ensino de língua portuguesa, professora de literatura infantil, professora da Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL.
JOSÉ BARBOSA DE MOURA: Exerceu a função em várias escolas do município, tais como: Escola Ana Lins, Visconde de Sinimbu, Colégio Imaculada Conceição e Escola Paroquial São José. Gerente do Centro Social Urbano - Maria Antonieta Teixeira Leite. Foi vice-diretor da Casa da Cultura. Membro Fundador do Grupo Teatral de Amador Miguelense (TAM). Fundador do Grupo Teatral Raízes. Fundador do 1º Festival de Talentos de São Miguel dos Campos e Fundador da Associação dos Moradores do Bairro de Fátima e também recebeu da Academia Maceioense de Letras a comenda Rodrigues Gouveia pelos relevantes serviços prestados à cultura alagoana.
JOSÉ LUIZ DA SILVA: Alagoano de São Miguel dos Campos, poeta, repentista e violeiro, conhecido em Alagoas como Rouxinol do Norte. Foi presidente da Associação dos Repentistas e Violeiros do Estado de Alagoas, tamanha importância que representa dentro da cultura popular do nosso município.
DINEY SOARES TORRES: Deputado Estadual de Alagoas, na sua gestão trouxe vários recursos para o engrandecimento de São Miguel dos Campos.
ERICA MATIAS DOS SANTOS: Poetisa, formada em Técnica em Guia de Turismo Regional – IFAL, estudante de Letras Espanhol na Universidade Estadual de Alagoas- UNEAL, Sócia Honorária da Academia Miguelense de Letras e Artes – AMILA.
NIVALDO JATOBÁ: Industrial, Deputado Estadual, e Prefeito do Município por duas vezes, onde recebeu o título de melhor prefeito do Nordeste.
JÚLIO SORIANO BONFIM: Foi Vereador, Deputado Estadual, Prefeito do Município e Aspirante do Exército Brasileiro.
ROSIANE SANTOS: Foi a primeira mulher prefeita do município, formada em direito e governou por dois mandatos.
RONIEKSON PEREIRA DE SOUZA: É estilista, artista plástico e estudante de arquitetura no Centro de Ensino – CESMAC. Foi diretor da Casa de Cultura de São Miguel dos Campos.
MARIA CÂNDIDA SOARES PALMEIRA: Jornalista e colunista do Jornal Gazeta de Alagoas.
GLADYS BEZERRA APRATTO: Professora, exerceu o cargo de Diretora da Casa da Cultura recebeu a Comenda Escritora Heliônia Ceres.
MARIA JOSÉ PALMEIRA: Escritora e colunista do Jornal Tribuna de Alagoas.
MARIA ROCHA CAVALCANTI ACCIOLY: Historiadora e escritora miguelense.
GUILHERME SOARES PALMEIRA: Foi Governador do Estado, Senador.
LUIZ FERNANDO: Jornalista, Secretário de Administração do Município por três vezes, Secretário de Educação e Diretor do Ginásio São Miguel.
ABELARDO LOPES: foi Deputado Estadual, Industrial de renome no Estado de Alagoas, um grande incentivador da cultura miguelense.
ADALBERTO JOÃO DE LIMA (conhecido como ara): foi quatro vezes vereador do município, sendo uma como suplente, recebeu o título de cidadão honorário de São Miguel dos Campos. Pelos relevantes serviços prestados à comunidade miguelense.
ELIZEU MARQUES DE LIMA: Farmacêutico, vice-prefeito dedicou toda sua vida em prol da saúde direcionada às pessoas mais carentes.
HUMBERTO MAIA ALVES: Prefeito do município por três legislaturas. Ficou reconhecido na história do município como “o prefeito dos pobres”.
INEIDE NOGUEIRA DA ROCHA: Educadora, escritora, exerceu as funções de diretora do Colégio Nunila Machado, Secretária de Educação e também de diretora da FUNESA.
ASPECTO POLÍTICO
São muitos os Prefeitos Intendentes, citaremos, sem desmerecer os demais, os nomes de alguns deles: Antônio Máximo da Cunha Rêgo, José Antônio da Cruz, José Vúlpiano de Araújo Jatobá, Salvador Apratto, Miguel César Teixeira, Alcides Moreira de Sá, José Calazans de Medeiros, Octacílio Moreira de Sá, Júlio Áudio Gonçalves Plech, Rômulo de Almeida, Adalberto Guedes Nogueira, Aprígio Bonifácio da Costa Silva, Francisco da Rocha Santos, Dr. José Neto, Júlio da costa Barros, Dr. Valfredo, João Satírio, Luis Matos, Valdemir Falcão e José Romarys. O término da segunda guerra mundial (1945) coincidiu com o fim do Estado Novo Brasileiro. Entrou o país em fase de eleições limpas e honestas, transigindo-se em fecunda experiência democrática que permitiu, de modo geral, dentro da relatividade de funcionamento de qualquer regime que fossem sendo atendidos pelos governos, as aspirações e os reclamos mais imediatos de toda a história da sociedade, talvez pela primeira vez, em toda a história do Brasil, tenha o povo sentido e compreendido da eficiência das pressões populares sobre as decisões do governo o que constitui a própria essência da democracia.
Os prefeitos eleitos pelo povo: José Medeiros Apratto (1947/1950), Pedro Fernandes da Costa (1951/1953), Por motivo superior o prefeito Pedro Fernandes da Costa teve que se afastar da prefeitura e assumiu no seu lugar o presidente da câmara Municipal o Sr. Antônio Coimbra de (1954/1955).Armando Soares (1955/1958) Armando Moreira Soares renunciou no final do mandato assumiu o seu lugar por um mês o Sr. André Correia dos Santos, em 1959 o presidente da Câmara Municipal, Paulo Uchôa Cavalcante (1959/1960) assumiu a prefeitura de São Miguel dos Campos por dois anos até que resolvesse uma nova eleição para prefeito. Moacir Cavalcante de Albuquerque foi eleito pelo povo no pleito (1961/1964), depois veio Humberto Maia Alves (1965/1968), Júlio Soriano Bonfim (1969/1972), Humberto Maia Alves (1973/1976), Tarcísio Soares Palmeira (1977/1979) assumiu a prefeitura de São Miguel dos Campos por dois anos, com o seu falecimento assumiu o seu lugar o vice-prefeito Manoel Ferreira de Amorim (1979/1982). Observação: Manoel Ferreira tirou quatro anos de mandato, com dois do então prefeito falecido. Logo após Wellington Apratto Torres (1983/1988) com a mudança aprovada pelo senado para governos estaduais e municipais, Wellington Torres tirou o mandato de seis anos, depois esta tal emenda foi desfeita pelos senadores e tudo voltou como era antes, por apenas quatro anos.
Logo adiante veio Francisco Hélio Cavalcante Jatobá, (1989/1992), Humberto Maia Alves, (1993/1996), Nivaldo Jatobá (1997/2000) e (2001/2004), Rosiane Santos (2005/2008) e (2009/ 2011). Rosiane Santos teve seu cargo cassado em 2011. E no dia 9 de outubro, George Clemente foi empossado como Prefeito de São Miguel dos Campos e assumiu a prefeitura no dia 10 de outubro de 2011 até o ano 2012, sendo reeleito em 2013 até 2016. No ano seguinte, 2017 assumiu a gestão do município Pedro Ricardo Alves Jatobá, quem comandará o destino da cidade até 2020.
Também tivemos na nossa história política grandes homens que assumiram cargos importantes tanto em Alagoas como no Brasil.
Citaremos alguns deles: Francisco da Rocha Cavalcante (vice-governador do estado de Alagoas), Rui Soares Palmeira (Senador da República e Deputado Federal), Guilherme Soares Palmeira (Deputado Estadual, Governador do Estado de Alagoas, Senador da República e Ministro do tribunal de conta da união), Wellington Apratto Torres (Deputado Estadual), Diney Soares Torres (Deputado Estadual), Júlio Soriano Bonfim (Deputado Estadual) Prefeito e aspirante do exército brasileiro, Nivaldo Jatobá (Deputado Estadual) foi Prefeito por duas vezes, além de outros filhos miguelenses que prestaram serviços ao nosso país.
A Prefeitura Municipal de São Miguel dos Campos já funcionou no prédio da Casa da Cultura, Coordenadoria Estadual, antigo mercado público e no prédio da Câmara Municipal.
AS LENDAS
Os povos antigos de São Miguel dos Campos surpreendiam-se com os ecos e as visões, por isso, criaram lendas, tentando explicá-las, por meio da mitologia popular.
LENDA DA PRINCESA DO FURADO
Diz a tradição que na conquista holandesa, os flamengos apoderaram-se do Engenho Santo Antônio do Furado, comumente conhecido como Furado. Quando os flamengos foram derrotados, não puderam conduzir um grande tesouro, que teria sido enterrado na gruta pedra calcário ali existente e que denominam Buraco do Furado. Logo na entrada da gruta existia uma pequena sala, cujo teto tinha o formato de um sino, que desapareceu com a extração da pedra para o fabrico de cal. Após esta sala, a gruta torna-se mais estreita, afirmando as pessoas que lá estiveram, más adiante passa uma nascente que vai sair à beira do Rio São Miguel, perto da gruta há um antigo paredão de alvenaria, principalmente de uma represa, que não se sabe para que foi levantado. E entre o paredão e a entrada da gruta existe uma pedra a superfície da terra onde há riscos, parecendo sinais cabalísticos. Dizem ter ali uma passagem secreta subterrânea para o lugar do tesouro, sendo os sinais hieróglifos indicadores dessa passagem. Coisa interessante é a capela do engenho, que antigamente o dono da propriedade que residia perto da gruta não podia dormir, porque da hora do Ângelus em diante, se ouvia parecendo vir do fundo da gruta, rufar de tambores, cornetas e ordens de Pádua. Quando foi construída uma Igreja com a frente voltada para gruta, desde dali desapareceu a assombração, contam também que, em noites de luar, viajantes que por ali passavam rumo à cidade, deparavam com uma linda moça loura, sentada na pedra da entrada da gruta, que costumava fazer encomendas de fitas, linhas, agulhas e outras bugigangas, não sendo encontrada na volta para a entrega das encomendas.
Esta lenda popular
Ficou imortalizada
E hoje vai ser retratada
Em forma de versos e rimas
Eu peço a todos que ouçam
A estória dessa menina.
Há muitos tempos atrás
Na fazenda do furado
Se ouvia os comentários
De um fato imaginado
O aparecimento de uma princesa
Com poderes encantados.
Às margens das estradas
Disfarçadamente pedia
Os moradores que ali passavam
Um presente do dia...
Mas, quando estes retornavam
A moça desaparecia.
E os rapazes desesperados
Para conquistar sua beleza
Procuravam por toda parte
O esconderijo da tal princesa
Muito deles se perderam
No meio da natureza.
Até hoje ninguém sabe
Da sua direção
O que se sabe é que a lenda
Não passou de uma superstição
Onde várias pessoas, foram atraídas
Para o mundo da imaginação.
LENDA DA PONTE VELHA DO RIO SÃO MIGUEL
Na cabeceira da Ponte Velha (Antiga Ponte de Madeira), em meio da fundação que o rio cobre, dorme a legendária Serpente com olhos de vaga-lume, guardando a linda imagem de Nossa Senhora das Dores que a cheia de junho de 1702 carregara de seu altar desmoronado na igreja de Nossa Senhora do Livramento pelas águas do Rio São Miguel.
Muitos miguelenses que transitavam sobre a ponte, chegaram muitas vezes apreciar em noite de lua cheia a visão da tal Santa chorando lágrimas que pareciam prateadas ao lado da Serpente. Talvez pelo afeto recebido e pela proteção que a serpente tinha com a santa para que a mesma não afundasse nas águas do rio.
LENDA DA VOLTA DA TACHA
Talvez essa seja a lenda mais tradicional de São Miguel dos Campos, segundo a escritora miguelense Guiomar Alcides de Castro. Antigamente existia no fundo do Rio São Miguel, uma tacha cheia de tesouro, a tal visão atraía muita gente que por ali passava. Quando foi um belo dia numa serena noite de lua, um simples carreiro que vinha puxando um carro de boi carregado de algodão, que transportava para a Fábrica de Tecido São Miguel, bem na virada que o rio dá próximo ao povoado Bernardo Lopes (onde fica localizada hoje a Usina Roçadinho), ele viu a visão do tal tesouro, subindo e descendo sobre as águas do Rio São Miguel, bem no centro de um redemoinho. Vendo tal beleza o carreiro mergulhou dentro do rio e amarrou uma forte corda nas asas da tacha, logo após voltou para a terra e atrelou a corda no carro de boi e começou a puxar o tesouro, mas a força do redemoinho era maior. O carreiro e o carro com os bois foram arrastados para dentro do rio com tesouro e tudo.
LENDA DO FOGO CORREDOR
Muitos moradores do antigo povoado de Sebastião Ferreira (atual Bernardo Lopes, onde fica localizada hoje a Usina Roçadinho), contavam que naquela localidade existia a visão do fogo corredor, era tido como objeto sobrenatural, pois o mesmo soltava faísca de fogo nas pessoas, principalmente as comadres que mantinham casos amorosos com os compadres e vice versa.
O fogo corredor aparecia no alto (um pedaço de terra mais alto do que a superfície). Com destino a Fazenda do Poço (Coité), pertencente à família Vila Nova. O fogo corredor atraia as pessoas até a sua direção, quando os mesmos se aproximavam do bendito fogo, ficavam muito assustados e voltavam correndo e quanto mais eles corriam, o fogo corria atrás.
LENDA DO MELÃO
Tempos atrás chegava ao povoado de Sebastião Ferreira (atual Bernardo Lopes, onde fica localizada a Usina Roçadinho) um Frei, com o pseudônimo de Antônio Franciscano, trazendo consigo muitas sabedorias espirituais. O franciscano começou a pregar nas casas dos moradores do povoado, fazendo muitos milagres para o povo sofrido daquela localidade. O milagroso Frei já era tido como o novo sucessor de Padre Cícero, na verdade a população lhe chamava de santo. Certo dia uns dos filhos do dono da Fábrica de Tecido São Miguel, vendo a plenipotência do Frei, mandou que dois vigias o expulsassem. O Franciscano ficou muito revoltado com a atitude do filho do dono da fábrica e gritou em voz alta para todo mundo ouvir: “eu vou embora desse lugar, mas em breve o mal vai tomar de conta dessa fábrica, pois a mesma irá falir e vai ser toda coberta de melão”. Com pouco tempo o dito Frei morreu numa cidade do interior de Alagoas e no ano de 1971, tudo que o Franciscano falou virou realidade, a fábrica faliu e foi completamente coberta de melão. Alguns funcionários daquela época afirmaram que viram a visão do Franciscano, em cima do telhado da fábrica, entre os melões.
LENDA DO PADRE SEM CABEÇA
Antigamente via-se no Beco do Quebra Negro a visão de um Padre sem cabeça. Muita gente tinha medo de passar naquela localidade. Certo dia um grupo de policiais, comandado pelo Coronel Floriano, botou tocaia para pegar o Padre sem cabeça.
Quando foi meia noite em ponto, a dita assombração vinha caminhando calmamente e o Coronel e sua equipe de trabalho conseguiram pegar o tal padre e todos eles tiveram uma grande surpresa, porque nada mais era do que um simples cidadão vestido num enorme capote, onde as abas cobriam por inteiro a sua cabeça, dando-nos realmente uma visão de um padre sem cabeça, principalmente no escuro. Depois ficamos sabendo por terceiros, que o nobre cidadão vestia o capote para não ser reconhecido pelos amigos, pois o mesmo tinha um caso amoroso com uma mulher casada e todos os dias ele ia esperá-la, pois largava naquela hora do serviço, a mesma era funcionária da Fábrica de Tecido Vera Cruz.
OS COSTUMES E A SUA TRADIÇÃO
O carnaval é uma festa móvel, ou seja, não tem data fixa. Começa no sábado de Zé Pereira e termina na madrugada de quarta-feira de cinzas.
O carnaval miguelense era um dos mais tradicionais do Estado de Alagoas. Nos anos sessenta, o carnaval de São Miguel dos Campos transformou-se numa verdadeira festa popular, aqueles grupos de pessoas fantasiadas com diversos trajes saíam pelas ruas da cidade, para cantar e se divertir na folia ao toque das grandes orquestras municipais.
Naquela época (1947) já existiam dois blocos carnavalescos, um conhecido como, “o Osso” (União das flores) comandado por Zé Monteiro e Jucandino, com sede era localizada na Rua da Bica e o outro o Aço (As Moreninhas) da Rua do Oiteiro do Meio, comandado por Joca Alfaiate. Esses dois blocos disputavam pau-a-pau, cada um querendo ser melhor que o outro.
No povoado, Bernardo Lopes, era a maior animação. O dono da Fábrica São Miguel, Abelardo Lopes reunia os operários e os convidados todos os anos naquela localidade industrial para se comemorar o carnaval. Era realmente uma grande festa, a qual os foliões brincavam alegremente sem parar, ouvindo o toque da orquestra do maestro Bráulio Pimentel.
Existiam na cidade dois clubes tradicionais, o Três de Março da alta sociedade e o 29 de setembro do povão. Com a extinção desses dois clubes houve uma junção e criou-se o clube ACEM. Outro local apreciado pelos foliões era o salão do cinema Ideal (pertencente a João de Medeiros Apratto).
Outro fato importante do carnaval miguelense era que a orquestra ia no sábado de Zé Pereira, às quatro horas da tarde buscar os operários da Fábrica Vera Cruz e todos saíam pulando pelas principais ruas da cidade.
Já em 1976 a maior atenção era dada às escolas de sambas, com carros alegóricos e sambas enredo. A comunidade miguelense ficava ansiosa para assistir aos desfiles nas passarelas armadas na Avenida da Rua do Comércio (Praça do Relógio). Era muito animado, pois as pessoas torciam e vibravam alegremente pela sua escola de coração. As mais tradicionais eram as escolas de samba: “Unidos dos Caetés” (organizadores: Valter e Marcos) e “Águia Negra” (organizadores: Sandoval e Jonathan), além dos blocos carnavalescos que também participavam do grande desfile, tais como,: “Sinhazinha Flor”, comandada pela folclorista Nair da Bertina, “As Pecinhas” e o “bloco do Zé Honório”, da Rua da Bica.
O carnaval de rua era muito famoso naquela época, os foliões saíam pelas ruas da cidade, vestidos de mulher, outros fantasiados de bobos, palhaços, com máscaras de zorro e de outras inúmeras fantasias. Existia também o tradicional mela-mela, a qual as pessoas jogavam farinha, água e maisena, uns nos outros, era no toque dos bombos e tambores.
No clube ACEM, o baile carnavalesco tomava conta da cidade, não só no salão, mas em lugares acessíveis ao povo, no Mercado Municipal também conhecido pela população como légua, a Comunidade miguelense pulava desesperadamente no toque dá orquestra Carapeba. Já na Praça do Relógio, os foliões brincavam até de madrugada ao lado de pierrôs e colombinas.
Com o avanço da tecnologia, o carnaval miguelense perdeu um pouco a sua tradição. Mas, mesmo assim, a Casa da Cultura com o apoio da Prefeitura Municipal, vem tentando através dos anos, relembrar um pouco da sua história. O Canarcultura foi considerado o maior evento carnavalesco de oitenta, em que várias escolas do ensino fundamental da rede municipal desfilavam pelas principais ruas da cidade com carros alegóricos e blocos com confetes e serpentinas, revivendo assim, um pouco o carnaval dos anos sessenta.
Existia na cidade a escolha da rainha do carnaval e do rei momo. Nos clubes do Canavieiro e do AABB, promovem para sócios e comunidade, baile carnavalesco, com lindas fantasias.
Mas, sem dúvida é na Praça Multieventos, onde os foliões brincam em ritmo de sucesso, ouvindo o batuque do trio-elétrico e banda. Realmente a praça de eventos se transforma num lindo espetáculo, com muitas luzes e ornamentações, além de ter um grande palco, camarotes para acomodar a sociedade miguelense e ao redor da praça várias barracas de bebidas espalhadas por toda parte.
Existem também desfiles de blocos carnavalescos, pelas principais ruas da cidade, atraindo a curiosidade dos miguelenses pelas fantasias vestidas. Alguns blocos são mais antigos, como é o caso das pecinhas e do bloco do Zé Honório. Os mais novos são: o Corujão, Irmandade, Peru da Madrugada, Só Vai Quem Chupa, Verde Branco, entre outros.
OS FOLGUEDOS E AS FESTIVIDADES POPULARES
A taieira é um folguedo típico de São Miguel dos Campos, dança folclórica autenticamente de mulatos, ligados aos reinados dos congos e estruturados na época da escravidão. A taieira foi registrada pelo mestre Théo Brandão em depoimento a Nair da Rocha Vieira, mais conhecida por Nair da Albertina, que levou a vida toda em prol do folclore miguelense, trazia no sangue o amor pela dança e pela música. Seu avô Jacinto de Andrade Mendonça e sua mãe Albertina de Andrade organizaram o primeiro grupo de taieiras de São Miguel e Nair se destacou como rainha e logo depois como mestra.
São Miguel dos Campos hoje é conhecida na cultura Alagoana por ter sido o primeiro município do estado a oficializar a taieira, graças ao empenho de Nair da Albertina, que levou o nome de sua terra ao mais alto nível da cultura Alagoana, ela também foi a fundadora do Quilombo daqui de São Miguel dos Campos,
Segundo Nair, o Barão de São Miguel, Epaminondas da Rocha Vieira viajou para a cidade de Laranjeira no Estado de Sergipe na companhia de seu único filho Virgílio da Rocha Vieira. Ao voltar para a sua terra natal, Virgílio introduziu na cultura miguelense a taieira de Laranjeiras, fazendo algumas modificações em seus personagens, mas mantendo louvação aos santos: São Benedito e Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos a quem ele era devoto. Essa dança cortejo era manifestada nos dias dos referidos santos. A igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, estava situada defronte à Praça Getúlio Vargas, atual Praça de Alimentação, local bastante frequentado pelos miguelenses. Em 1938 aconteceu uma enchente no Rio São Miguel que devastou a extinta igreja, sendo demolida no mesmo ano.
Os personagens da taieira são: O Rei, a Rainha, o Mateus, a criola em forma de boneca e quem a leva é a Catarina, peça característica das taieiras. Os trajes caracterizam da mesma forma dos reinados e quilombos. As africanas se dispõem em dois cordões; azul e vermelho, saias rodadas, lenços amarrados na cabeça, com xales nas costas ou nos ombros, além de muitos enfeites. Antes de apresentar, elas fazem uma homenagem a são Benedito e Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, padroeiros dos negros.
Na produção do som para dança, os instrumentos são: o pandeiro do Mateus, o bombo, tambor, maracá e uma caixa de reco-reco. Atualmente a casa da cultura vem conservando esse folguedo, mantendo vivo o ideal da grande folclorista Nair da Rocha Vieira, com a participação dos jovens da nossa cidade, que são incentivados pela mestra Ana Paula da Rocha Lins.
Nair da Rocha Vieira, era filha de Virgílio da Rocha Vieira e Albertina Andrade de Mendonça, nasceu em 06 de junho de 1913 e faleceu em 16 de junho de 1992 em São Miguel dos Campos, teve dois filhos e três netos, era uma pessoa que gostava muito de engomar e de danças folclóricas, estudou até a 1ª série. Seu avô era Epaminondas da Rocha Vieira (Barão de São Miguel) neto de Ana Lins e sua avó Maria Rosa Medeiros de Mendonça, que era cria da casa e teve uma relação com o Barão, desta nasceu (Virgílio) pai de Nair, por esse motivo a (Baronesa) deu um dote a Maria Rosa e arranjou um casamento que durou pouco tempo.
A TAIEIRA DE NAIR DA BERTINA
A Taieira aqui nasceu,
Neste solo esverdeado,
E hoje faz parte da história
Do meu município amado.
Surgiu da inteligência,
Dessa grande folclorista,
Que herdou do seu avô
O dom de ser artista.
Pelas ruas da cidade,
Ela mostrava o seu talento,
Em toda esquina se ouvia
O eco do seu grito.
Era a maior animação,
Quando Nair se aproximava,
E o grupo todo cantava
Em rima de devoção.
Lá se vai Mestra Bertina,
Com seu grupo enfeitado;
Vestidos de roupas de chitas
E com lenços iluminados.
Também vai a caterine,
Com a boneca nos braços;
Acompanhado da rainha
E do rei apaixonado.
E não esquecendo o mateu,
Com as suas emboladas;
Levando muitas alegrias
Para nossas criançadas.
Essa nossa tradição,
É a dança mais divina;
É obra é inspiração!
Da grande Mestra Bertina.
Podemos ainda destacar a Baiana dos Homens, uma verdadeira obra de arte, a qual os homens vestidos de mulher dão seu show à parte, enchendo os olhos de todos os alagoanos. Além da Baiana, existem também a Dança Portuguesa e o Coco de Roda, todos comandados pelo mestre Geraldo Bezerra do Bairro de Fátima. Há no município o Pastoril “Nossa Senhora do Ó”, de Dione Anacleto, além do Guerreiro do mestre Cecílio (falecido) do Bairro da Rodoviária.
A FEIRA DA PONTE
A feira da ponte é um costume tão antigo que não sabemos exatamente, o dia, o mês e ano do seu início. Segundo alguns historiadores a feira da ponte, começou a sua trajetória, quando o povoado de São Miguel passou à condição de vila, fato este, que aconteceu no dia 10 de julho de 1832. O rio São Miguel era a única “rota” para a escoação e importação das mercadorias comercializadas ou produzidas no município, principalmente o açúcar dos engenhos.
Na quarta-feira da semana santa, como é de costume para os católicos consumir peixes e frutos do mar, o rio enchia-se de embarcações de vários tamanhos que traziam também frutas, verduras, vindas de Jequiá da Praia, Roteiro, Barra de São Miguel, Marechal Deodoro, para abastecerem a população, conforme rezava a tradição.
A feira, naquele dia deixava de ser realizada no local de costume no centro da cidade, para acontecer às margens do rio, onde existia uma ponte de madeira, até a praça da matriz (daí o nome, feira da ponte).
Quando o dia começava a amanhecer, o rio se transformava em um grande e belo espetáculo, as embarcações vinham em filas, da primeira ouvia-se forte e longo som de um búzio, anunciando a chegada.
Desde os primeiros raios do sol até a luz da lua (geralmente cheia) e dos candeeiros a cidade se transformava em festa, que ia até a madrugada de quinta-feira.
Naquele tempo, os miguelenses, mesmo morando em outras cidades, nunca deixaram de vir a feira, uns chegavam a pé, outros a cavalos, charretes e até mesmo de carros de bois. As ruas enchiam-se de paus de arara, marionete, os “carros motorizados” dos senhores de engenhos, que vinham de todas as regiões circunvizinhas, Maceió, Pilar, Boca da Mata, Campo Alegre, Anadia, Marechal Deodoro, das vilas e lugarejos.
Na feira encontrava-se de tudo, da arte popular à bugiganga, mas a maior atração eram os rústicos utensílios domésticos feitos de barros, panelas de todos os tipos e tamanhos. As panelas de miniaturas destacavam-se entre as demais, pois eram o foco da criançada, principalmente as meninas, que compravam para brincar de cozinhado. Já os meninos brincavam de cavalinhos ou de bois de barro.
Todas as moças preparavam um vestido novo de algodão para ir à feira. Os rapazes também caprichavam no visual, na perspectiva de encontrar uma namorada. As casas dos miguelenses ficavam lotadas de parentes e convidados, com as mesas fartas de todas as iguarias imagináveis.
Encontravam-se na feira, barracas de roupas, calçados, perfumes, rapaduras, bolos, bebidas, comidas típicas, jogos de azar, bingos, panelas de alumínios, bugigangas e as tradicionais ciganas. A população ouvia de longe os barulhos dos vendedores, dos violeiros, dos trios de forró, dos cantadores de coco, dos poetas de cordéis, dos repentistas e dos folguedos populares.
Infelizmente, com o tempo, tudo mudou. As tradições acabaram, a nossa feira da ponte não é mais a mesma de ontem e as tradicionais famílias não mais residem na cidade.
Atualmente, a Casa da Cultura, tenta resgatar as tradições dos folguedos, com apresentações da Taieira, sanfoneiros, baiana dos homens, banda de pífano, entre outros. O palco principal da praça de eventos. Mas as pessoas, principalmente, os professores em todas as escolas têm que ensinar os alunos a entender que um povo sem cultura é um povo sem história.
FEIRA DA PONTE
Que bonito é a feira da ponte,
Vem gente de todo lugar
Onde de tudo se encontra;
Para vender e para comprar.
Tem roupas, calçados e panelas,
Frutas, mariscos e verduras;
Cereais, alumínios e violas,
Bolos, bolachas e rapaduras.
Pregos, porcas e parafusos.
Selas, arreios e bugigangas;
Quentinhas, picolés e sucos;
Cervejas, carnes secas e ciganas.
Tudo dela é divertido
Os folguedos e as cantorias
Sua história e a sua gente
Que tem o dom de poesia
Na quinta-feira, a feira se acaba
Todos na maior animação
E os feirantes vão embora
Com São Miguel no Coração
PAIXÃO DE CRISTO
Uma grande atração da semana santa em São Miguel dos Campos é a Associação Teatral Arte e Fé que atrai centenas de pessoas para assistirem ao espetáculo da paixão de Cristo encenado por jovens atores miguelenses, onde apresentam os últimos passos de Jesus Cristo, em um dos principais espetáculos do estado, que tem também como diferencial o acesso que é inteiramente gratuito durante os dois dias da encenação. A cada ano que passa o grupo traz várias inovações em artes e em recursos tecnológicos, tornando assim a cada ano um espetáculo novo.
FESTA JUNINA
Em todo Estado de Alagoas, já se sabe que São Miguel dos Campos, vem realizando uns dos melhores festejos de São João do nordeste brasileiro. pois milhares de pessoas, todas as noites, brincam e dançam em clima de total descontração e segurança, contando com as maiores atrações da atualidade.
São 19 dias de festas começando no dia 12 até o dia 30 de junho, diversas bandas de forró e artistas consagrados vêm mostrar o seu talento e animar o arrasta pé até de madrugada.
Existe também, na Praça Multieventos prefeito Nivaldo Jatobá, um palco fixo de frente para rio São Miguel, equipado com luzes, refletores e um som de alta qualidade para que as bandas de forró possam fazer seu show em alto estilo. Também é montada a mais completa estrutura modular para promoção de festejos juninos, um galpão coberto de lona com uma área em torno de 1.400 metros quadrados para abrigar cerca de 6.000 pessoas dançando. Camarotes para acomodar os convidados, autoridades e a sociedade miguelense, várias barracas padronizadas com serviços de bar e venda de comidas típicas. Também existe um palco, para que as quadrilhas dancem livremente sobre aplausos e animação da plateia, que vibram com sua quadrilha do coração e os quadrilheiros retribuem acenando com os chapéus, dando graças da sua criatividade em prol da cultura da nossa terra, além de ter um estacionamento para cerca 2.500 automóveis, instalações sanitárias e uma completa estrutura para serviços de apoio e emergência, como posto policial a guarda municipal e um atendimento médico. Durante algumas tardes a animação acontece na antiga praça do relógio por causa do Festival de Culinária Junina realizado pela Casa da Cultura, porque em Alagoas São João é São Miguel.
EMANCIPAÇÃO POLÍTICA
Seria de fundamental importância para os miguelenses, se o prefeito de São Miguel dos Campos comemorasse a Emancipação Política na sua data oficial, ou seja, no dia 18 de junho, porque foi neste dia que São Miguel dos Campos desmembrou-se da cidade de Alagoas (atual Marechal Deodoro) e foi elevado à categoria de cidade pela lei 423, de 18 de junho de 1864. Por meio de um decreto de lei, assinado pelo prefeito da época Júlio Soriano Bonfim, para que a data de Emancipação Política de São Miguel dos Campos se tornasse comemorada no mesmo dia da data do descobrimento do rio São Miguel, ou seja, 29 de setembro, alegando ele, que o mês de junho era bastante chuvoso e não oferecia condições de realizar as apresentações cívicas da cidade.
A abertura da festividade é com a cerimônia de hasteamento das bandeiras, nacional, estadual e municipal, seguida da execução do hino do município, acompanhado pela banda filarmônica maestro Bráulio Pimentel, sob a regência do Maestro Frorisjan Cahet.
No decorrer do dia, ocorre o desfile cívico com os estudantes de várias escolas da rede municipal de ensino e convidadas, pelas principais ruas da cidade, mostrando o civismo e o seu amor em prol da terra natal, encerrando a festividade, a noite show na praça Multieventos prefeito Nivaldo Jatobá.
PROCISSÃO DE SÃO SEBASTIÃO
A procissão de São Sebastião é festejada todo ano sempre no 1º domingo de novembro. A imagem do santo sai do município de Jequiá da Praia em direção à fazenda Sinimbu, de propriedade do saudoso Petrucio Lopes e visita a casa da família do Sr. Miguel Luzia, onde permanece durante o dia. A tarde o santo chega na usina Caeté. Lá é celebrada uma missa em ação de graça aos trabalhadores daquela localidade açucareira. Às 15 horas ele sai em procissão em direção à cidade acompanhada por uma grande multidão de fiéis. A maioria vestidos de vermelho, outros de pés descalços, alguns de bicicleta e até mesmo a cavalo, verdadeiro ato de amor e fé pagando com certeza sua devoção alcançada ao referido santo.
Não se sabe ao certo quando começou essa peregrinação, o que se sabe é que o santo é muito amado pelo povo de minha terra. A sua imagem é carregada na cabeça pelos fiéis acompanhado por uma banda de pífano, percorrendo as principais ruas da cidade. No começo da noite o santo chega à igreja matriz da Nossa Senhora do Ó, onde é rezada uma missa campal, logo após, o santo volta a sua cidade de origem. Já houve época que o santo visitava as ruas e os bairros, saía de casa em casa e os fiéis doavam relíquias, prendas ou dinheiro que serviam para o leilão que era feito nas ruas da cidade e nas fazendas do nosso município.
Depois de quinze dias o santo deixava São Miguel dos campos, onde era acompanhado até a saída da cidade pelos fiéis. O mais interessante é que a procissão é uma verdadeira festa, que todos participam, até pessoas de outras cidades. .
FESTA DE NOSSA SENHORA DO Ó
A festa da Padroeira de nossa cidade começa no dia 18 de dezembro e vai até o dia 01 de janeiro. Essa comemoração religiosa dura 15 dias, permitindo aos miguelenses dias de muita alegria e devoção a sua crença religiosa. Tem como atrações: O Novenário, de Nossa Senhora, Bingos, Quermesse, Leilões, Danças Folclóricas e para o divertimento das crianças tem o parque de Diversões Nossa Senhora do Livramento vindo de Caruaru.
Na festa existem também outras opções de divertimento que são os bares onde as famílias se reúnem. Os shows com artistas da terra e os cantores bíblicos que agradam muito aos miguelenses. Temos também barracas culturais e as de comidas típicas, com uma variedade muito grande de artigos artesanais.
Para o embelezamento da festa, a Paróquia tem como apoio os patrocínios de nossa cidade; negociantes, fazendeiros, industriais, autoridades e as convidadas a ser a madrinha de Nossa Senhora do Ó, isto quer dizer tem que contribuir com alguma coisa em dinheiro para a Igreja.
A Missa tem uma maior duração, com a participação dos “Corais” e dos “Padres” vindos de fora para ajudar o padre de nossa cidade e juntos com os fiéis as missas, são demonstrações de fé de cada miguelense. O encerramento da festa é com a procissão da Padroeira Nossa Senhora do Ó, acompanhada de seus Padroeiros de outras Igrejas: São Miguel Arcanjo, São Benedito e Nossa Senhora de Fátima. Deslocam-se de suas Igrejas para homenageá-la.
BANDA DE MÚSICA
A escola de música Francisco e Abelardo Lopes foi fundada no dia 03 de janeiro de 2004, pelo prefeito Nivaldo Jatobá. Nela surgiu a Banda de Música Maestro Bráulio Moreira Pimentel, sob a regência do maestro Luís Carlos Sandes Paranhos. Hoje quem comanda a banda é o maestro Florisjan Cahet dos Santos, além de ter também a banda de pífano “os caetés”.
Ainda existem três associações culturais no município: Associação Teatral Arte e Fé, Associação Mundo das Artes dos Artesões Miguelenses, que tem como presidente o estilista Roniekson Pereira, como também “Associação de Jovens do Bairro de Fátima e a Colmeia” que se originou na Usina Roçadinho.
AS INDÚSTRIAS E AS RIQUEZAS NATURAIS
COMPANHIA DE FIAÇÃO E TECIDOS SÃO MIGUEL, TAMBÉM CHAMADA DE FÁBRICA SEBASTIÃO FERREIRA.
Foi inaugurada em 1913 pelo seu fundador industrial Bernardo Lopes, imigrante espanhol que chega à cidade de São Miguel dos Campos, Alagoas, com o intuito de desenvolver o comércio local. O complexo industrial foi edificado na proximidade do Rio São Miguel, nas terras que pertenciam a Sebastião Ferreira, lavrador de cana, que foi torturado e castigado, durante a invasão holandesa em 1630. Por este motivo, a indústria têxtil era chamada de Fábrica Sebastião Ferreira.
A fábrica era considerada uma das mais importantes de Alagoas, pela belíssima administração do seu proprietário, que realizava naquele parque industrial, um trabalho sociocultural voltado para os operários. Com o falecimento do seu fundador Bernardo Lopes, assumiu a direção da fábrica o seu filho Abelardo Lopes, que deu continuidade ao trabalho do pai.
Os funcionários da fábrica não pagavam aluguel, água e luz, todos moravam de graça, nas casas pertencentes à indústria.
Os tecidos eram fornecidos para serem comercializados na Casa Lopes, de propriedade de Francisco e Abelardo Lopes, conhecidos por todos na cidade, como "irmãos redondos".
Quando o sucessor Abelardo Lopes faleceu, o complexo passou para a administração de seus filhos. Abelardo Lopes foi deputado estadual, industrial de renome no estado de Alagoas e um grande incentivador da cultura no município sede da fábrica.
A fábrica funcionou até os meados dos anos setenta.
FÁBRICA DE FIAÇÃO E TECIDOS VERA CRUZ S.A.
A Companhia Miguelense de Fiação e Tecelagem foi criada em 1925 por um grupo de acionistas que tinha como presidente Miguel César Teixeira, numa propriedade conhecida como Sítio Vera Cruz, município de São Miguel dos Campos.
Naquela época, alguns dos acionistas venderam suas ações para Antônio Leocádio da Rocha e Silva, médico de grande projeção no Rio de Janeiro, que tinha acabado de chegar ao município. O empreendedor era dono da Fazenda Escuro, que ficava localizada na extremidade da Fazenda Coité.
Depois ter comprado as demais ações, Leocádio negociou a indústria têxtil para um grupo de empreendedores de origem portuguesa formado por Antônio Nogueira Júnior, Carlos da Silva Nogueira, José da Silva Nogueira e Aloísio da Silva Nogueira, gestores da firma João Nogueira & Cia. Ltda. quando passou a contar com a denominação Fábrica de Fiação e Tecidos Vera Cruz.
José da Silva Nogueira foi escolhido, pelos companheiros sócios para assumir os destinos da fábrica, oferecendo, durante muito tempo, grande contribuição para o desenvolvimento econômico do município de São Miguel dos Campos. Na sua gestão, criou a vila operária para os empregados da fábrica, onde não era cobrado aluguel, deu total liberdade para a criação do Sindicato de Fiação e Tecelagem, órgão destinado a defender os direitos e deveres da classe operária. Nesta fase, a Fábrica Vera Cruz produzia fustão, brim, morim, bramante, toalhas e outros produtos derivados do algodão.
Uma empresa de grande tradição no segmento têxtil de Alagoas, construída inicialmente sob a forma de " sociedade por quotas de responsabilidade limitadas ", girava em 30.09.1961 ainda com a razão social João Nogueira & Cia. Ltda. com contrato social atualizado arquivado na Junta Comercial em 09.10.1961, sob o comando do industrial João da Silva Nogueira Neto. Posteriormente, sofre transformação na sua forma jurídica, passando para sociedade anônima de capital fechado, recebendo a razão social Catonifício João Nogueira S.A. - Fábrica Vera Cruz, permanecendo João da Silva Nogueira Neto como diretor-presidente até o encerramento de suas atividades. Isto aconteceu nos anos dois mil, quando a fábrica fechou as suas portas.
A USINA ROÇADINHO
Com a extinção da Fábrica de tecido São Miguel em 1971, a família Lopes vendeu a fábrica e as suas ações para o grupo Mendo Sampaio S/A de Pernambuco.
Todo o complexo industrial da Usina Roçadinho está montado no vale de São Miguel dos Campos, Alagoas, sob a responsabilidade de Ricardo Sampaio. Nas terras da usina são plantadas canas da melhor qualidade e de alto teor de sacarose. A sua primeira experiência foi realizada em 1974, com sucesso, obtendo uma boa produção açucareira.
A Usina Roçadinho se desenvolveu bastante com o avanço da tecnologia. A fábrica de óleo de caroço de algodão que pertencia à fábrica de tecido São Miguel foi transformada em garagem para acomodar os caminhões e máquinas da referida usina, também se mantém a antiga vila industrial que serve de habitação para os seus empregados.
Mas, por infelicidade do destino, a usina também fechou as suas portas.
INTERCEMENT BRASIL
A InterCement começou a escrever sua trajetória de sucesso em 1977. Instalada pelo grupo BRENNAND na cidade alagoana de São Miguel dos Campos, a 60Km de Maceió, a Companhia de Cimento Atol entrou em atividade instalada de 300 mil toneladas ao ano de clinquer, em um só forno com tecnologia francesa – FIVE CAIL BABCOCK. A fábrica possui uma área construída de 60 mil metros quadrados, enquanto que as reservas das principais matérias-primas lá utilizadas (calcário e argila) completam o espaço ocupado pela mesma, totalizando 400 hectare de área. Atende à demanda existente na região. Uma segunda unidade com as mesmas características tecnológicas da atual, será responsável em breve por 660 mil toneladas ao ano de clinquer, levando a empresa a um potencial de produção de aproximadamente 1 milhão de toneladas ao ano. Uma marca a atingir, sem dúvida, com a qualidade de sempre; a quantidade certificada com o 9002.
Em 2000, um grupo de portugueses comprou a Companhia de Cimento Atol, atual InterCement Brasil S/A.
Hoje, a InterCement Brasil S/A possui filiais espalhadas em todo o Brasil. A marca de cimento no mercado de São Miguel dos Campos é InterCement Cauê CPII-E-32 e InterCement Cimpor CPII-E-32.
USINA CAETÉ S/A
Em 1942 foi criada a Companhia de Melhoramento do Vale do Rio São Miguel (Cooperativa).
A sua fundação teve como objetivo atender aos proprietários da região, facilitando o escoamento de cana - de - açúcar aqui existente.
A ideia dos plantadores de cana de São Miguel dos Campos era de criar uma sociedade alternativa em forma de cooperativismo, administrada por uma diretoria escolhida entre os participantes e que os lucros ou perdas fossem divididos entre si. Só assim, com a criação de uma usina pela solidariedade e pela união é que os banguês não morrerá de morte brusca.
Em setembro de 1943, os senhores de engenhos do Vale do Rio São Miguel reuniram-se e fundaram a cooperativa dos Plantadores de Cana de São Miguel dos Campos, com capital subscrito de 630 mil cruzeiros, deram início à tarefa de fundar uma Usina de Açúcar e de Álcool.
Três anos depois a usina era realidade, começou a funcionar em janeiro de 1946, a Companhia de Melhoramento do Vale do Rio São Miguel (Usina Caeté), primeira fábrica de Açúcar, pelo sistema de cooperativismo, inaugurada não apenas no Brasil, mas em toda a América do Sul. E assim desapareceram os bueiros dos engenhos de água ou de animais para dar lugar a uma chaminé mais alta, a chaminé da usina.
Em 1961, a Companhia de Melhoramento do Vale do Rio São Miguel foi vendida para o Sr. José Toledo.
Em 1965, o Dr. Carlos Lyra, o Sr. Ademir Lima (Contador da Lagense) e o Sr. Edgar Soares Pinto adquiriram a Companhia de Melhoramento do Vale do Rio São Miguel passando estão a chamar-se “Usina Caeté Açúcar e Álcool” e consequentemente Usina Caeté S/A.
Em 2010 a Usina colheu 700.000 toneladas de cana, quase 20% a mais que na safra anterior. Cerca de 90% foram destinados a produção de açúcar, o restante foi transformado em etanol (álcool).
GRANBIO
A GranBio é uma empresa de biotecnologia industrial 100% brasileira, controlada pela Gran investimento S/A, holding da família Gradin. A indústria está localizada na cidade de São Miguel dos Campos, estado de Alagoas, no vale do rio São Miguel. A visão do proprietário é de proporcionar uma revolução verde, capaz de transformar o real potencial de biomassa brasileira em riqueza energética. A companhia foi a primeira a anunciar uma planta comercial de etanol de segunda geração no Hemisfério Sul, a indústria entrou em operação no início dos anos dois mil, produzindo 82 milhões de litros do Biocombustível, o que fará dela uma das maiores do mundo em operação. Em janeiro de 2013, o BNDESPAR, o braço de participações do BNDES, tornou-se acionista minoritário da GranBio, com 15% do capital da companhia.
CANA-DE-AÇÚCAR
A cana-de-açúcar é a maior fonte de riqueza de São Miguel dos Campos, suas terras são bastante produtivas, por ter um clima favorável para o plantio desse precioso produto.
Seus solos argilosos e úmidos de massapé e nas várzeas de aluviões, principalmente às margens do rio São Miguel. Os canaviais se desenvolvem e ampliam-se por toda parte do município, a primeira impressão que se dá é que o sol faz crescer a cana em plena luz do dia.
No período de moagem, as usinas empregam direta ou indiretamente várias pessoas para o corte da cana-de-açúcar e para a sua produção anual.
Com o avanço da tecnologia, começaram a aparecer as máquinas cortadoras de cana e carregadeiras diminuindo, assim, completamente os serviços de mão-de-obra.
O álcool é outro produto bastante produtivo, não só para São Miguel, mas também para todo o Brasil. Ele depois de ser misturado com o petróleo serve de combustível para os meios de transportes, e é utilizado para o fabrico de aguardente, além de servir para o consumo do dia a dia da comunidade.
A evolução da história econômica de São Miguel dos Campos, até meados do século XX, São Miguel dos Campos era o segundo maior produtor de açúcar do estado de Alagoas.
PETRÓLEO E GÁS NATURAL
Se for possível existir uma convivência pacifica entre duas atividades econômicas aparentemente antagônicas, a agricultura e a produção de petróleo, ela acontece no município de São Miguel dos Campos. Duplamente fértil, a terra de São Miguel produz dois tipos de combustível. Na superfície, com grandes extensões de canaviais que ocupam o horizonte, cultiva-se a cana que vai gerar o álcool. No meio dos canaviais a unidade de bombeamento conhecida como cavalo-de-pau para extrair o Petróleo do subsolo, numa operação totalmente automatizada.
A primeira impressão é de que o sol faz crescer a cana e simultaneamente, jorrar o petróleo, tal a composição entre as duas formas de exploração da natureza. Nas terras dos Caetés, se depender do gás, não vai faltar energia. São Miguel dos Campos concentra uma das maiores reservas de Gás Natural do Estado de Alagoas. Atualmente o maior volume de Gás segue em gasoduto para o Estado de Sergipe e depois para a refinaria Landulpho Alves no Estado da Bahia.
O Petróleo foi descoberto em 17 de setembro de 1957, na periferia de Jequiá da Praia, na fazenda Pecó, povoado de Lagoa Azeda. Essa descoberta marcou uma nova época tanto para o Jequiá da Praia como também para São Miguel dos Campos. Foi um dia de regozijo para os alagoanos, pois Jequiá da Praia teve o privilégio de ser o primeiro município do Estado de Alagoas (Povoado de São Miguel dos Campos, na época) a jorrar o fabuloso petróleo na extremidade da sua grande lagoa em meio a Mata Virgem. A produção efetiva teve início em 1958, nos dois primeiros testes de formação foram obtidos 35 a 190 barris respectivamente. Foi encontrado também petróleo nas seguintes localidades: fazenda Pau-Paraíba, Fazenda Guajurú, Fazenda Peru, entre outros e algumas dessas localidades não foram exploradas pela Petrobrás.
Uma das imagens mais bonitas dos campos alagoanos é a do poço FPF – 3, no campo da fazenda Pau-brasil, em São Miguel dos Campos, no meio dos canaviais, um cavalo-de-pau, um separador de óleo, um tanque de armazenamento e um gasoduto parecem quebrar a monotonia da paisagem, sem interferir na harmonia. Além disso, a exploração de petróleo situa-se junto aos mananciais de águas importantes, como o rio São Miguel no campo do Furado.
O município de São Miguel dos Campos é o Texas Caetés produzindo mais da metade do petróleo e gás natural em Alagoas, em apenas três poços do petróleo com a respectiva produção são as seguintes:
1 – São Miguel dos Campos I, com a produção superior a 100m3 de gás/dia e 300 barris de petróleo/dia.
2 – São Miguel dos Campos II, com a produção de 400.000m3 de gás/dia a mais de 50 barris de petróleo/dia.
3 – Fazenda Furado com 500m3 de gás/dia e 3.000 barris de petróleo/dia.
SÍMBOLOS CÍVICOS DO MUNICÍPIO
A BANDEIRA DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS
POESIA DA BANDEIRA
Bandeira mais bonita que esta não existe
Parece até que a artista se inspirou na natureza
Talvez querendo mostrar ao mundo a beleza
Existente no solo da sua terra.
O verde do campo que ostentas em tua face
Marca o desenvolvimento da tua riqueza deslumbrante!
E o resplandecer de seus canaviais verdejantes
Dá esperança de vida a todos que nesta terra nasce.
Estão escritas nas linhas verticais do seu escudo
Toda uma aventura revivida no passado
Pois são nelas onde se encontra estampado
O mais importante rio da história.
O marrom e o azul marinho que figuram no estandarte
Simbolizam as indústrias e o ouro negro extraído do seu chão
E o branco onde fica postado o teu brasão
Significa amor e paz à nossa terra.
Ao idealizar a bandeira de São Miguel, a autora Rosa Virgínia escolheu as cores dessa maneira: São Miguel era uma cidade pacata, onde o azul do céu confundia-se com o verde dos canaviais e de trechos remanescentes da Mata Atlântica. Daí as cores escolhidas: o verde azulado representando a mesclagem do azul do céu com o verde da terra e o branco que obviamente representa a paz. A bandeira do município foi criada pela lei n°616 de 24 de agosto de 1970 no governo do então prefeito Júlio Soriano Bonfim.
O BRASÃO
No brasão ela procurou referenciar os principais fatores do desenvolvimento de São Miguel. Assim, no quadrado inferior direito, a área listrada lembra o Rio, responsável pela fundação da cidade, o que foi por muitos anos o principal agente do seu crescimento. Do lado esquerdo, duas canas cruzadas representando sua agricultura inicial e que até hoje se mantém – a cana-de-açúcar. Finalmente do lado direito, em cima, a referência às indústrias sempre presentes no Município – dos Antigos Engenhos às modernas usinas de açúcar e fábrica diversa, assentado num fundo escuro, lembrando o petróleo riqueza do subsolo Miguelense.
O Brasão do município foi oficializado pela lei n° 092/85 na gestão do então prefeito Wellington Torres.
O HINO OFICIAL DO MUNICIPAL
O Hino do município de São Miguel dos Campos foi criado pela lei n°616 de 24 de agosto de 1970 e oficializado no governo de Júlio Soriano Bonfim, com respectivas letras de autoria de Iramilton Leite e música do maestro Benedito Fonseca.
São Miguel dos Campos feliz território,
Dos campos vestidos por canas viçosas;
Dos ares floridos de estrelas formosas,
Dos jardins tecidos com brisas e rosas...
Teu rio translúcido que a fome,
Sacia da gente que busca os seus dons;
Chamando-se tal como tu, o teu nome,
Repete nas águas em sonoros tons.
Teus operários ativos obreiros,
No duro trabalho tem braço risonho;
Mágicas colmeias são as tuas fábricas...
Do açúcar mais puro e de panos de sonhos.
(Estribilho)
São Miguel dos Campos de azul te coroas,
Levando diversos emblemas de glória;
Bem alto revoas recitando versos,
A luz de alagoas, no céu da história.
São Miguel dos Campos, heráldico berço,
Dos homens altivos, de ilustras senhoras...
Na paz compassivos, teus filhos valentes,
São armas urgentes nas cívicas horas.
Invencível terra, por bravas façanhas,
Ganhastes da sorte preciosa espolio;
Nas profundidades de tuas entranhas,
Palpitam os veios do rico petróleo.
Secular cidade, passado plasmado,
Com fé e ciência, com sangue esperança,
Fecundo presente futuro plantado,
Na inteligência de tuas crianças.
GEOGRAFIA E ASPECTOS GERAIS
O município de São Miguel dos Campos tem uma área de 360.85 Km2 e está situado no leste de Alagoas, na Mesorregião da Mata Alagoana e na Microrregião dos tabuleiros de São Miguel dos Campos, a sede está localizada a 60Km de Maceió e tem uma altitude de 12 metros acima do nível do mar, sua posição determinada pelas Coordenadas Geográficas é de -9º, 47º, 51,60º de latitude Sul, em sua interseção com o Meridiano é de -36º, 05º, 38,40º de longitude Oeste.
LIMITES
Ao Norte com Boca da Mata e Pilar
Ao Sul com Jequiá da Praia e Roteiro
Ao Leste com Marechal Deodoro e Barra de São Miguel
Ao Oeste com Campo Alegre e Jequiá da Praia.
CIDADES MAIS PRÓXIMAS
1 – Boca da Mata – 36Km
2 – Barra de São Miguel – 25Km
3 – Coruripe – 65Km
4 – Campo Alegre – 36Km
5 - Roteiro – 22Km
6 – Marechal Deodoro – 42Km
7 – Jequiá da Praia – 45Km
RELEVO E HIDROGRAFIA
O relevo é muito variável. A baixada litorânea é modelo em sedimentos recentes, penetrando pelos vales do seu principal rio e nascente.
Escarpas marcam a passagem para o relevo modelado em rochas areno-argilosas, da formação de barreiras, onde o rio se encaixa.
No fundo dos vales, nos confins do Noroeste, as rochas cristalinas aparecem originando, mais adiante, uma topografia ondulada. A altitude vai de poucos até cerca de 100 metros.
A rede hidrográfica é constituída pelo rio São Miguel, que nasce no município de Tanque D’arca, pelos riachos: Pitu, Caixacumba e Pindoba e pelas nascentes existentes por toda parte do município.
RIQUEZAS NATURAIS
As maiores fontes de riquezas são a cana-de-açúcar, plantios menores de feijão, mandioca, macaxeira e milho, dentre outros.
De origem mineral pode-se encontrar a matéria prima do cimento, petróleo e gás natural, por sinal o município é cortado por um gasoduto da Petrobrás, além de ter também argila para a fabricação de telhas e tijolos. De origem animal, em suas maiorias são peixes, tatu, veado, paca e aves em geral.
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS
São Miguel dos Campos é considerado um município subdesenvolvido devido uma série de fatores. Apesar disto, ele vem crescendo ao longo do tempo e a cada segundo sua população vem aumentando consideravelmente.
Segundo dados fornecidos pelo IBGE, que realizou o censo de 2014. A estimativa de 2016 é de 61.204 habitantes.
REPRESENTAÇÃO POLÍTICA
O município é representado pelo prefeito Pedro Ricardo Alves Jatobá (Pedoca), pelo vice-prefeito Geraldo José Azevedo Lessa e por quinze vereadores.
PODER LEGISLATIVO
Maxwell Idalino dos Santos Ribas
José Feitosa da Silva
Diney Soares Torres Neto
Bernard Bonfim Correia
José Venâncio dos Santos
Cícero Novais
Jalmir dos Santos Silva
Jadielson Vieira dos Santos
Alfredo Soares de Moura
Albenio Cavalcante dos Santos
Alexandre Pereira dos Santos
Adailton Antônio da Silva
Djanete Rodrigues da Silva
Maria das Graças Costa
Giselda Rodrigues Leite
REPRESENTAÇÃO JUDICIÁRIA
São Miguel dos Campos é sede da Comarca da segunda estância, existem três cartórios que fazem parte do seu dia-a-dia, cartório do Primeiro Oficio cartório do Segundo Oficio e cartório de Registro Civil, além de contar também com um Cartório Eleitoral.
O município conta ainda com ministério do trabalho, uma procuradoria estadual, um conselho tutelar, uma junta de conciliação judicativa, um juizado especial civil e criminal e o fórum Desembargador Moura Castro, além da Secretaria da Infância e Juventude.
SITUAÇÃO ELEITORAL
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral na cidade de São Miguel dos Campos, existem atualmente (dados de junho de 2016).
CLIMA
O clima, característicos da zona da mata é megatérmico saudável e quente, é sub-úmido. Influenciando por sua posição geográfica, a temperatura média é de 24,4ºC e sua variação, ao longo do ano, ficam entre a mínima de 24ºC e a máxima de 34ºC mantendo-se quase sempre elevada.
A precipitação pluviométrica média anual é de 1.400mm, entretanto, é mal distribuída ao longo do período, com duas estações bem definidas. A estação chuvosa tem início em fins de março, com maior incidência entre maio e agosto, acarretando excedente de água no período.
De novembro a início de março as chuvas são escassas, resultando em cinco meses de seca, com escassez de água superior a 300 mm
VEGETAÇÃO
Integrante da zona da mata nordestina a região, foi em décadas passadas, coberta pela floresta nas planícies e encostas, ora devastada em toda sua extensão. Hoje, o que se vê, são extensos canaviais, campos e pequenos plantios de lavouras de subsistência.
Raramente são encontradas árvores de alto nível, pois muitas delas já foram extintas.
FAUNA E FLORA
A fauna já foi quase toda extinta. São poucas as aves e animais silvestres encontrados. Ainda são vistos alguns como: papa-capins, bem-te-vis, pardais, galos de campinas e patativas. Os animais se resumem às raposas, cotias, preás, tatus, capivaras, jacarés, guaxinins e saguins.
A flora é composta de uma pequena área de mata atlântica tradicional, nos tabuleiros as matas deram lugar a imensos plantios de cana-de-açúcar.
SOLO
Existe uma variação no solo entre muito profundo moderados a bem drenados, geralmente com bastante acidez e de baixa fertilidade natural.
Existe também os mais detectados, são de profundos a mais profundos, acentuadamente drenados, bem desenvolvido, ácidos bastante porosos e de baixa fertilidade natural.
Ás margens do rio São Miguel ocorrem manchas de associações de solos organominerais, fortemente ácidos, de deposição recente e característica de planícies inundadas e solos poucos desenvolvidos, ácidos, encharcados, e apresentado resíduos vegetais na sua composição.
DESTINO DO LIXO
O destino do lixo é diverso. Na zona urbana existem coletas, todos os dias em veículos pertencentes à prefeitura municipal.
Hoje em dia há um aterro sanitário, onde os materiais sólidos reaproveitáveis são destinados para a coleta seletiva do município. São reaproveitados, papelão, papel e garrafas de plásticos.
Foi instalada no Município uma fábrica de reciclagem para gerar emprego e renda, beneficiando os catadores da coleta seletiva, os fabricantes e o meio ambiente.
AGLOMERAÇÕES URBANAS
Destaque para os povoados, Bernardo Lopes e Coité.
SAÚDE
A Santa Casa de Misericórdia de São Miguel dos Campos mantém o hospital, Dr. José Inácio e a maternidade Rui Palmeira. O município conta com diversas Unidades Básicas de Saúde – UBS que funcionam em modos especiais, assim distribuídos, dois como referência (Olímpia Lins e Dr. Aguinaldo Machado) que prestam serviços à comunidade. Os demais postos empregam diariamente assistência médica através de consultas marcadas, além de existir também um posto ambulante que presta serviços à comunidade da zona rural.
No município existe também a Secretária Municipal de Saúde e o centro de diagnóstico e conta com a cobertura do sistema único de saúde, SUS, conta também com duas clínicas infantis e vários consultórios médicos, odontológicos. Existe a farmácia do povo, localizada na Parte alta da cidade, a UNIMED, uma unidade do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Vale destacar que a cidade, conta ainda com uma UPA – Unidade de Pronto Atendimento 24:00h, a unidade, está localizada no Loteamento Hélio Jatobá II e dispõe de 11 leitos, tem capacidade para prestar 250 atendimentos por dia e recebe pacientes de São Miguel dos Campos, Campo Alegre, Boca da Mata, Junqueiro e Teotônio Vilela, entre outras cidades circunvizinhas.
O governo municipal criou uma equipe de assistentes sociais, comandadas pela secretária de assistência social que tocam diversos projetos, tais como assistência a idosos, crianças e deficientes físicos, semanalmente são realizadas avaliações do que foi implementada e a cada dia que passa esse movimento se alastra e assiste mais pessoas carentes.
São também desenvolvidas atividades por equipes profissionais constituídas por médicos, enfermeiras, assistentes sociais, além de auxiliares, visando dar uma maior assistência à comunidade carente.
PRINCIPAIS DOENÇAS DA POPULAÇÃO
As doenças mais presentes na comunidade são: Verminose, Escabiose, diarreias, doenças do aparelho respiratório, doenças infecciosas e parasitárias.
ABASTECIMENTO D’ÁGUA E ESGOTO
O município de São Miguel dos Campos é quase todo encanado para o consumo humano. O município possui mais de dez poços perfurados para ajudar o abastecimento para toda população. O órgão responsável pela distribuição de água, para o consumo humano é o SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto).
O saneamento básico do município está sendo reestruturado em breve São Miguel dos Campos, estará completamente sarado desse problema.
EDUCAÇÃO
O setor municipal da educação é representado por várias escolas, existentes na zona urbana e na área rural, que atendem a educação infantil e o ensino fundamental do 1º ao 9º ano.
ESCOLAS DA ZONA URBANA PARTE BAIXA DA CIDADE:
Colégio Municipal Esther Soares Torres;
Escola Municipal Mário Soares Palmeira;
Escola Municipal Luzinete e Lindalva Jatobá;
Escola Municipal Rui Palmeira;
Escola Municipal Imaculada Conceição;
Escola Municipal José Nogueira Mendes;
Escola Municipal Dionísia Apratto Tenório;
Escola Municipal Visconde de Sinimbú;
Escola Municipal Noêmia Bastos;
ESCOLAS DA ZONA URBANA PARTE ALTA DA CIDADE:
Escola Municipal Iramilton Leite;
Escola Municipal Maria Rosa;
Escola Municipal Maria Nildes Alves Moura;
Escola Municipal Linaura Lima da Silva;
Escola Municipal Maria Abigail Correia de Sá;
Escola Municipal Desembargador José Fernando de Lima Souza;
Escola Municipal Ineide Nogueira Mendes.
ESCOLAS DA ZONA RURAL DA CIDADE:
Escola Municipal Valdemar Cavalcante;
Escola Municipal Vereador José Apratto;
Escola Municipal Ismar Goes Monteiro;
Escola Municipal João Sampaio;
CRECHES
Cheche Municipal Dona Maria dos Santos;
Cheche Municipal Josefa Benedita;
Cheche Municipal Professora Maria Neide Gouveia de Oliveira;
Cheche Municipal Professora de Lourdes Maria Ferreira dos Santos;
Centro Educacional da Sociedade São Miguel Arcanjo – Creche os Videntes de Fátima (Igreja Nossa Senhora do Ó);
Creche Escola Básica Educar (particular).
Sob responsabilidade do Estado, existe a Escola Ana Lins e a Escola Tarcísio Soares Palmeira, que oferece ao município o ensino médio, além disso,
O Estado mantêm a Universidade Estadual de Alagoas - Uneal. Vale ressaltar ainda a existência de um órgão federal, o Instituto Federal de Alagoas – IFAL. Há também uma escola de tempo integral, a Escola Estadual Professora Edleuza Oliveira da Silva. Há no município várias escolas particulares, tais como, Colégio Nunila Machado, Colégio Construtivista, Escolinha Caminho da Vida, Espacinho Meu, Conceição Lyra, Batista Vida, Luiza Costa, além de tantas outras escolas espalhadas por toda parte do município.
A sede da secretaria de educação, está situada no antigo prédio do departamento de educação, que tem 1.002 servidores que são lotados nas escolas e em algumas repartições pertencentes a essa secretaria.
Existe ainda no município a 2ª Coordenadoria Estadual de Educação, um campus da Universidade de Alagoas (UNEAL) e uma escola de ensino Técnico – Instituto Federal de Alagoas (IFAL).
DEPARTAMENTO DE CULTURA
O seguimento da cultura está representado através da Casa da Cultura que conta com o do Museu Histórico e Cultural Fernando Lopes, a secretaria municipal de cultura, que mantêm sua sede provisória na Casa da Cultura, como também a sede da Academia Miguelense de Letras e Artes - AMILA, Conselho Municipal de Cultura, as bibliotecas públicas Guiomar Alcides de Castro e Monsenhor Hidelbrando Guimarães e uma escola de música Francisco e Abelardo Lopes com a banda de música Maestro Bráulio Pimentel.
ESPORTE E LAZER
O esporte mais praticado na região é o futebol, por sinal o Clube Esportivo Miguelense já disputou a primeira divisão do Campeonato Alagoano, existem também no município várias equipes amadoras que disputam o Campeonato miguelense.
O município conta com o estádio de futebol “O Ferreirão” e o Ginásio de Esporte José de Medeiro Apratto, ainda existe a quadra poliesportiva Maria Emilia vieira na Escola Municipal Mário Soares Palmeira, quadras poliesportivas e uma praça de Skate, localizada ao lado da orla do rio São Miguel.
O lazer são as praças espalhadas por toda a parte do Município, a Praça de Multieventos Prefeito Nivaldo Jatobá. O Clube dos Canavieiros, o AABB, as Bicas Naturais, o Balneário Tibiriçá.
PONTOS TURÍSTICOS
Com a separação do município de Jequiá da Praia, São Miguel dos Campos perdeu para esse município suas belezas naturais, tais como: as lagoas, Azeda e Jequiá; como também a suas praias de águas tão clara.
Hoje as bicas naturais despontam como as mais procuradas. Mas o município ainda tem inúmeras opções, tais como, o Balneário Tibiriçá o banho da adubeira, a beleza do rio São Miguel e alguns prédios históricos ainda existentes na cidade como: A Casa de Cultura, a antiga casa do Barão de Jequiá (Coordenadoria de Educação), a antiga Residência da Dra. Marly Ribeiro, além de outros prédios que fazem parte da história da cidade.
ASPECTOS ECONÔMICOS
O município tem uma vocação industrial, é este setor que mais contribui com impostos e gerações de empregos e rendas.
A Fábrica Intercement, Grambil, a Petrobrás e as Usinas Caeté e Roçadinho se destacam dentre as demais nos Aspectos Econômico e Social, em virtude de absorver contingente de mão-de-obra.
O Comércio local é composto pelo shopping cinema e de inúmeras Lojas de Eletrodomésticos, Farmácias, Supermercados, Lojas de Sapatos, Materiais Hidráulicos e Elétricos, Materiais de Construções, Lojas de Confecções, Magazines, Perfumarias, Armazéns de Estivas, Papelarias, Mercearias, Produtos Agropecuários, Movelarias, Pré-moldados, Avícolas, Postos de Combustível, Laticínios, Madeireiras, Depósitos de Bebidas, Cerâmicas, Vidraçaria, Óticas, Peças para Bicicletas, Padarias, Auto-peças, Serrarias, Funerárias, Peças para Motores, Ferro Velho, Vendas de CD’s, Restaurantes, Bares, além de tantas outras lojas espalhadas por toda parte da cidade. Existem também algumas revendedoras de automóveis e motocicletas
São Miguel dos Campos ainda conta com um Matadouro Municipal e um Mercado Público Municipal.
A feira-livre, que acontece de domingo à segunda-feira, sendo que, a feira oficial do município é na segunda-feira, onde atrai ambulante e feirantes de toda regiões circunvizinhas e segundo informações da Prefeitura Municipal, tem em média 1.500 feirantes.
AGRICULTURA
As culturas agrícolas predominantes em São Miguel dos Campos são a cana-de-açúcar, sendo considerado o segundo maior produtor do Estado de Alagoas. Além da cana, o município também produz outras culturas, tais como: Feijão, Mandioca, Milho, Macaxeira, entre outras.
PECUÁRIA
São Miguel dos Campos tem uma pecuária escassa, devido aos plantios de imensos canaviais em suas terras, poucos são os rebanhos bovinos, caprinos, suínos, dentre outros existentes no município.
TRANSPORTE
O sistema rodoviário é o principal meio de locomoção e transporte da produção do município, através da BR 316 e 101 e AL 101 e 220, ligando São Miguel dos Campos aos principais centros do país.
A empresa Real Alagoas mantém a linha regular de ônibus, em diversos horários, Maceió, Arapiraca, Coruripe, Penedo e vice-versa.
O município dispõe também com uma frota de ônibus que fazem a zona urbana da cidade. E de várias associações: uma associação de moto-táxi, uma frota de táxi e também contamos com o transporte alternativo.
A SMTT é o órgão responsável pelo trânsito no município, além de contar também com a CIDETRAN.
MANIFESTAÇÕES RELIGIOSAS CATÓLICAS
As festas religiosas mais tradicionais são: Procissão de São Sebastião, Procissão do Senhor Morto, na sexta-feira da Paixão, festa de São Benedito, festa do Padre Cícero, festa de Corpus Christi, festa de São Miguel Arcanjo, festa de Santo Antônio, São João, São Pedro, Natal, Ano Novo e a Procissão de Nossa Senhora do Ó. Além da festa de Nossa Senhora de Fátima e do Pentecostes.
OUTRAS UNIDADES RELIGIOSAS
Assembleia de Deus, Igreja Universal, Igreja Betel, Igreja Deus é Amor, Igreja Batista Vida, Testemunha de Jeová, Igreja Quadrangular, Igreja Jesus Cristo dos Últimos Dias (MÓRMOS), Jerusalém de Deus entre outras.
Existem também espalhado por todo o município várias casas de axé, onde pratica-se a religião da cultura afro descendentes.
AÇÃO SOCIAL
Desenvolve programas com idosos, deficientes físicos e gestantes, visando dar apoio social, médico, oftalmológico e psicológico.
Programa de habitação para famílias carentes. No decorrer desse Século, foi entregue para a população carente mais de 10.000 moradias, nas áreas periféricas do município.
Está sendo implantado o programa Brasil criança cidadã, destinado às crianças e os adolescentes e o Programa Erradicação Trabalho Infantil (PETI), além da Bolsa Família.
A motivação para elaboração de outros programas, com parceria dos governos estadual e federal é grande. A equipe de ação social, muito atuante, está em permanente vigília visando a melhoria de qualidade de vida do município.
Existem três complexos nutricionais no município: Dolores Jatobá I, II e III, que atendem, diariamente, mais de duas mil famílias carentes.
O município de São Miguel dos Campos conta com duas entidades não governamentais que assistem dependentes químicos, Casa de Recuperação Shalom e Centro de Assistência Social Betel.
REDE BANCÁRIA
A comunidade dispõe de quadro bancos, sendo que apenas três são oficiais para suas transações financeiras. O posto do Banco do Nordeste presta serviços ao homem do campo e também à comunidade.
Banco do Brasil;
Caixa Econômica Federal e
COMUNICAÇÃO
Os jornais mais lidos pela comunidade miguelense são:
Gazeta de Alagoas – Tribuna de Alagoas – O Jornal – Alagoas em Tempo – Extra – O grito.
Os rádios mais ouvidos são:
Rádio Gazeta AM, Rádio gazeta FM, rádio pajuçara AM, rádio São Miguel FM, Rádio Caeté FM, Rádio Difusora, dentre outras.
Os canais de TV mais sintonizados são:
TV Gazeta de Alagoas – TV Alagoas – TV Pajuçara
As redes telefônicas são:
TIM – CLARO – OI – VIVO.
Os sites de informações da cidade mais acessados são:
http://www.alnoticias.com.br/category/noticias/sao-miguel-dos-campos/
http://www.alagoasnt.com.br/
CORREIOS
A comunidade conta com uma agência e um posto de correio telégrafos e o CEP da cidade é 57240-000.
SEGURANÇA
As policias Civil e Militar são responsável pela segurança do município, além de ter também a Guarda Municipal, que foi criada na gestão do prefeito Nivaldo Jatobá no dia 18 de junho de 1997, seu primeiro diretor foi Ramilson Soares Ferro.
Existe também em São Miguel dos Campos, uma junta de serviço militar e uma junta de expedição da carteira de identidade.
GASTRONOMIA
A herança negra do tempo de seus engenhos tem influência também na culinária: a feijoada, o sarapatel, o mocotó e pé- de- porco. Como e próximo ao litoral, a cozinha miguelense é farta em pratos à base de frutos do mar, como moqueca de peixes ensopados de marisco e tradicional caranguejo, a carne de sol e o feijão tropeiro. Além de todas essas delicias, ainda podemos destacar as comidas típicas do período junino: milho verde, bolo de milho, canjica, pamonha, o cuscuz, mungunzá, arroz doce, cocadas e pé de moleque.
HOTELARIA
O município de São Miguel dos Campos é composto por Hotéis e pousadas, tais como: Hotel São Francisco, Hotel São Sebastião, Hotel São Miguel, Hotel Duarte, Pousada do Sol, Pousada Paraíso e tantos outros espalhados por toda parte da cidade.
ELETRICIDADE
A Eletrobrás Alagoas - EA É responsável pelo fornecimento e serviços elétricos em toda a cidade.
ENTIDADES REPRESENTATIVAS
Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (SINTEAL), Câmara de Diretores Lojistas, Alcoólicos Anônimos - AA, Casa da Amizade, Previdência Social, Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, Receita Federal, Coletoria Estadual, Rotary Clube, IBGE, Associação dos Deficientes Físicos de São Miguel dos Campos (ADEFESMIC), Sindicato dos Servidores Municipais de São Miguel dos Campos (SISMIC). Academia de Letras e Artes – AMILA.
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ARTISTAS DA TERRA
ARTE PLÁSTICA
Fernando Lopes, Roberto Lopes, Juvenal Santana, Eduardo Xavier, José Joaquim, Fernando Santos, Luciano Barbosa, Fabiano Braga, Vânia Alves de Sá, Jaílton, Wiliamis Santos, Marly Ribeiro, José Pedro dos Santos, Josefa Barros, Edjane Lima, Rollandry, Luciano Antônio de Souza, Genésio Alves e Oliveira e Roniekson Okobayewo.
NA MÚSICA
Bernardo Silva, Carlos Campos, Leandra, Amaury Matera, Antônio Honorato, Paulo Moreno, Inácio Loyola, Juruna, Irmão José, Amorsaidam Oliveira (Zai), João Jacinto da Silva, João Pãozeiro, Falcão, Roque Júnior, Waltinho, Pacheco, Caio Felipe, Israel, Galchor, Cidinha e Wellbert Teles.
NA ORNAMENTAÇÃO
José Benedito, Edeildo Bezerra Moura, Luciano Mastroiane, Osmam Tenório, Guido da Silva, Emanoel Lira e Erigleide Castela Viana.
NO ARTESANATO
Maria da Conceição Melo, José Matias, Maria José, Marly Maria, Eunice Maria de Santana, Solange Augusto, Maria do Socorro Barroso Peixoto, Samuel dos Santos, Maria José Rodrigues, Saulo Williams, Michele Ricardo, Cícero Eugênio, Miguel Ramos, Antônia Vieira, Maria Laurindo e Maria Salete Rafael.
NO TEATRO
Josse Leah, Flávio dos Anjos, Ernane Donário, Domingos Mendonça, Agamenon Lima, Maria Salete Rafael (Bel), Ádila Cavalcante, Aldo Felix, Cícero Roberto, Ronaldo Almeida, Fernandes Palmeira, Luciano Mastroiany, Aluisio Rosa, Luciana Anita, Denisson Soares, Jadilson Alves, Joas de Oliveira, Ivanilton Pereira, Glayton de Oliveira, Eládia Cristina, Luciano Sabino e Francisco Apratto, Janiel (Bebezão).
NA DANÇA
Silvio Ramalho, Marcos Antônio, Alex Brasil, Flávio Elias, Letárcio dos Santos, Sergio Ferreira, Sirlandiley Barbosa, Ângelo Santoro, Filipe Alves, Quitéria que ganhou festival a nível alagoano.
NA COMUNICAÇÃO
Amarildo Gomes, Márcia Torres, Genilson vieira (Laranja), Maria Cândida Palmeira, José Carivaldo Brandão, Maria José Palmeira, João Natan Gomes, Eri Cosmo, Tiago Alves, Rodson Santos, Alexandre Menezes, Procópio Lima, J Ferreira, Mazola, Miguel Alcides de Sá, Daniel Honório, Gustavo Bulhões, Betinha de Paula e José Honório, Marcel Wagner, Luciana Anita, JC.
NA LITERATURA
Douglas Apratto, Guiomar Alcides de Castro, Agatângelo Vasconcelos, José Visqueiro, Maria Rocha Cavalcante Acioly, Maria José Palmeira, Ineide Nogueira Rocha, Antônio Valentin, Manoel Clarindo, Maria de Lourdes do Nascimento, Vicente Minervino, Erica Matias, Geane Cristina, Maria Helena, Francisca Alves, Raquel Domingues, Adilton do Nascimento, José Elias, Cristiane Andresa, Amaurino, Adail Antônio,Marly, Ribeiro,Maria Betânia Rocha e Betânia Leite.
NA CULTURA POPULAR
Mestre Geraldo Bezerra, Dione Anacleto, Mestre Cecílio, Nair da Bertina, José Benedito, João da Baiana, Rouxinol do Norte, Marcos Silva e Fernando Bezerra de Moura Neto (Professor Careca).
NOS INSTRUMENTOS MUSICAIS
Bráulio Moreira Pimentel, Cícero Pereira Gonçalves, Antenor Oliveira, Moacir Gonçalves, Otacílio Gonçalves, João Zacarias, Uriel Moura e Biu do Sax.
BIBLIOGRAFIA
O Bangüê nas Alagoas.
Autor: Manuel Diégues Júnior
Editora: Edufal – 1980
Arquivos do professor Douglas Aprattos Tenório
Geografia de Alagoas.
Autor: Ivam Fernandes Lima
Editora do Brasil – 1965
Marechal Deodoro, primeira capital de Alagoas.
Autor: Sebastião Heleno
Gráfica Bom Conselho LTDA – 1998
São Miguel dos Campos.
Autor: Guiomar Alcides de Castro
Editora: Sergasa – 2º Edição
Revista da Petrobrás – Ano IV – Nº 36
IBGE
Enciclopédia dos Municípios Brasileiros
Secretaria Municipal de Educação.
Prefeitura Municipal de São Miguel dos Campos.
Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas.
Moradores Antigos e Entidades de São Miguel dos Campos-AL.
Site História de Alagoas