Os olhos umedeceram...
As lágrimas, pequeno riacho íntimo, descem a face deixando-a triste...
Mas expondo uma beleza indescritível.
Sincera, meiga, sensível, deixeou-se levar por uma palavra sem maldade, sem crítica;
Apenas dita na hora imprópria.
Ela era assim: a mágoa guardada dentro do peito, mas clara na face e nas lágrimas.
Após algum tempo, quando veio a bonança, tudo se fez
E os lábios puderam andar sobre as águas.
LIMA, Ronaldo Pereira de Lima. Agonia Urbana. Rio de Janeiro: Litteris Ed.: Quártica, 2009.
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados ao autor.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar,
criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra
sem a devida permissão do autor.
Comentários
Quantas vezes não fazemos tempestade em copos d’água, não é? Transformamos pequenas decepções em gigantes e assim não conseguimos enxergar a tal luz no fim do túnel, nem ver as coisas boas que podem nascer dessas decepções. Perdemos, portanto, momentos preciosos nos entregando a dor e as lágrimas, mas que poderiam ter sido melhor aproveitáveis... Quando a tempestade acaba (e ela tem de acabar, pois nada dura para sempre) e o sol brilha em meio à tormenta, vem à bonança, voltamos a sorrir e vemos tudo com mais clareza. Parabéns pelo texto! Abraços.
Iorgama, obrigado por comentar meu texto.