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No cálice dos bêbados

No cálice dos bêbados bóia a lua. Dos olhos negros da noite brotam lágrimas tintas de vinho.
Na rua dançam mariposas e casais, por entre os carros que não aguardam o farol.
O mar, reclamando, quebra-se em ondas rugentes na praia.
Enfim, a cidade está como sempre esteve, só dessa janela se vêem detalhes tão pequenos.
É hora de apagar o derradeiro cigarro, a noite se desfaz em luminosas ondas de sol e eles, os bêbados, esvaziados seus cálices, tem que dormir sobre os muros, pois em vão esperam a porta se abrir.

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Nádia Dias ESCRITO POR Nádia Dias Artista
Maceió - AL

Membro desde Setembro de 2009

Comentários

Genival Silva
Genival Silva

Maravilhosamente lindo!

Ron Perlim
Ron Perlim

Belíssima é a construções desses versos. Quando se diz: "(...) a cidade está como sempre esteve, (...)" nos mostra como certas coisas acontecem sem que muita gente não perceba, a não ser aquelas que "só dessa janela se vêem detalhes tão pequenos".

Parabenizo-te pela beleza poética dos versos.