Mar Sem Fim
Foz do rio São Francisco
*para Ana & Alex
"Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento.
Mas ninguém chama violentas às margens
que o comprimem."
Bertolt Brecht.
Da nascente do colo meu
Escorreu pequenininho
Quando vi ele cresceu
E seguiu o seu caminho.
Riacho levado ele era
Arteiro e cristalino
Pureza, inquieta quimera
Era assim o meu menino
Mas foi se tornando rio
Foi ficando corpulento
E foi nesse desvario
Que começou o tormento
Mãe não entende de filho
Mãe entende de amar
Como por um rio no trilho
Se seu destino é o mar
“E do rio que tudo arrasta
Se diz que é violento...”
E a margem que lhe diz basta
De todos tem consentimento
Da nascente do meu colo
Vi meu rio se afastar
Em seu sonho sem dolo
Queria apenas ser mar
E o mar que banha meu rosto
Quando vem me visitar
Saudade que tem um gosto
Eterno de um bem, de amar.
Não é para consolar
Falo por que acredito
O que aqui chamo mar
Deus chama de infinito.
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