OBLÍQUO
Vibra a sua voz dentro do meu peito que num estalo se acalenta. Cálida sensação do seu timbre nas minhas veias, esquentando em fagulhas pecados embaixo da minha pele. Se eu pudesse te ouviria cantar e contar todas as histórias do teu mundo. Fosse sobre tua queda na esquina lá de casa ou de quando as estrelas pararam pra ver o brilho dos teus olhos. Eu seria pra ti ouvidos e em ti a alma se quisesse dançar. Seria tuas asas, o teu apelo, a porta aberta, os braços esvoaçantes, escancarado som de montanha que se move sobre a água. Suspiro que és amado, mas não meu. E como quero, como espero, como almejo usar oblíquo para me referir a ti. Sonora vontade, mais que desejo, como ar e terra que num beijo se empoeiram, evolam e desfazem.
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