Adverso
Um dia ouvi de uma boca carnuda:
"Perdão, mas é não."
Não falar.
Não ouvir.
Não tocar.
Não sentir.
Não provar.
Não olhar.
Não querer.
Não beijar...
Não, não! Definitivamente!
Não suar.
Não tremer.
Não gozar.
Não arder.
Não trocar, nem gemer.
Se perder? Nem pensar!
Que seja apenas plantada uma semente.
Que dela floresça um desejo tímido, pálido.
E que aos poucos ele cresça, se expanda!
E queime em chamas febris!
E que assim mesmo, em brasa acesa,
Seja engolido, reprimido, sufocado.
Até esvair-se num sopro morno,
Como se jamais tivesse existido.
Melhor assim
Aos riscos do "sim"...
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