Das profundezas tirei aquela criança
Que agonizava, agora, na alvinitente
Areia que a sentia viva, não mansa
Como a dor da imagem, horrivelmente.
O pranto sofrido, o corpo ferido
E a vermelhidão que me assombrava
Branca era a cor do anjo caído
Que a minha alma negra segurava
Rogava aos céus, ora tão crente!
Qualquer oração sabida amargamente
Para o primeiro Deus que me ouvisse
Não vi surgir de mim nem um santo
Mesmo o desespero me abrindo tanto
Parecia o inferno, se subisse.
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