De amor
De amor
De amor e de tantas
doces veleidades nada sei.
E pensam que me dou
a carências do amor.
Engano mediano.
A evolução da minha espécie
não me alcançou
em matéria de amor.
Bruto, seco e pontiagudo,
sigo passos da sobrevivência.
Permito-me tão só
cogitar o que seria.
A máquina de pensar
serve-me junto à lei.
Já a de sentir
jaz no congelado
leito submerso do amor.
Do sofrer na vida
ao fugir da dor,
cavalgo esguio e forte,
olhando derredores
à espreita da dama sem cor.
E quando ela chegar,
tenaz e invicta,
entregarei meu destino
sem amor a lamentar,
sem lembrança de menino
e sem culpa a expiar.
Meu Deus!
Quem me dera fosse assim!
(Poema parte do livro Monólogo do poema ensanguentado, disponibilizado em pdf no blog Blog Monologo do poema ensanguentado .)
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