Latente
Enigmas! Enigmas! Enigmas! Assim compõe-se a vida.
Observar a existência juntamente com os segredos que esta possui não é algo a ser pensado, mas deve ser um hábito de todo ser racional que transita nesta passagem mortal, haja vista que, em cada esquina, pequeno pensamento, ação ou omissão, sempre haverá perguntas, questões, divagações, ambas esperando suas devidas respostas, negativas ou positivas. Viver sem considerar os mistérios que envolvem a jornada da existência, e sem procurar resolver seus enigmas é possível, porém, desagradavelmente dolorido, afinal, toda pergunta merece uma resposta à altura, e todo problema pede uma solução, no mínimo!
A ignorância quanto às charadas propostas pela vida sobre todo o que vive, e que passa, não diminui, ou isenta este ou qualquer outro de resolvê-las, mas torna a jornada pouco aprazível, e muito desgastante, matando sonhos, enterrando projetos, frustrando sorrisos... Decifrar os códigos, por meio de pistas gastas pelo tempo e pela insipiência é preciso, observar as incógnitas existentes sobre o ser e viver, montar equações afim de que seja dirimida a dúvida e sanada a questão que tira o sono não é apenas um ato de sobrevivência, mas de coragem e sabedoria, ainda mais, quando as charadas são apresentadas no escuro, ou incompletas; reza a lenda que, de quando em quando uma esfinge aparecia, e propunha suas misteriosas charadas, caso não obtivesse a resposta correta sobre seu desafio imposto, devorava aquele que lhe deu a respondeu de forma errada, até o dia em que o herói da fábula aparece, e, aceita o desafio, e subjuga o mostro, resolvendo o enigma, o homem logo é aclamado, elevado a um lugar de destaque, mas, por não observar outra charada imposta por uma “esfinge superior”, termina por se autodestruir, chegando a loucura e cegueira.
Ora, dedicar-se a resolver os mistérios, enigmas e charadas propostas a todos pela vida, a priori, são opcionais, mas a verdade incontestável é que estas são obrigatórias para todo passageiro desta efêmera existência, afinal, o resultado da jornada de cada um, bem-sucedida ou não, será enfim comprovada mediante a forma como de resolução da questão, o produto pode não ser alterado a depender da ordem dos fatores, mas, estes últimos sempre trarão maior ou menor significado na busca pelo que se pretende, a depender da forma como foram resolvidos; indubitavelmente, aprender de fato com os erros passados, é uma virtude, contudo, habituar-se a observar e resolver as charadas do viver é muito mais salutar e virtuoso. Destarte, o que me resta? Apenas enfatizar, que os enigmas são necessários para se alcançar a sabedoria, e encontrar um melhor lugar no tempo, antes que este se finde por completo.
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