INFÂNCIA
Oh! Que saudades que não tenho
Da aurora da minha vida!
Da minha infância perdida
Que os anos não trazem mais!
Que calor, que labor,
Naquelas manhãs de sol,
Com bacia na cabeça a romper
O despontar da existência!
Amarelo-claras era belo seu leito,
Onde me deixei seduzir-se por seus alentos.
Respira inocência de menina
Que a tiborna acabou com traíras, tilápia, aruá, piabas....
Restando apenas lamas, um fio de seu bordado areal.
Como são amargos o caminhar com dias
respirar o perfume do sabão,
cheiro de coça-coça na mão
e o céu em manto azulado
abençoa este ingênuo bordado
de estrelas no chão.
Oh, dias de minha infância
Tragos na lembrança a dor de existir.
Mágoas de pisa levada de calça jeans.
Como filha da montanha sigo bem satisfeita
com as dores que trago no peito,
com asas para voar de borboletas azuis sempre a cantar!
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