O ENGENHO SÃO MIGUEL, DEPOIS ENGENHO SINIMBU , FOI O PRIMEIRO ENGENHO A SE INSTALAR NO SOLO MIGUELENSE
Reza a história, que o engenho mais antigo de São Miguel dos Campos, é o engenho São Miguel.
Não se tem uma data exata da sua fundação, acredito que ele foi construído, quando São Miguel foi repartido em sesmarias. Fato que aconteceu em 1612.
O engenho São Miguel ficava localizado às margens do rio São Miguel, e pertencia ao português, Antônio Barbalho Feio.
Em 1633, o engenho São Miguel foi vendido ao marcador holandês Marten Meyendersen.
Infelizmente, não encontrei nenhum documento em cartório e nem nos livros em que pesquisei, de quem Ana Lins e seu marido, Lourenço Bezerra da Rocha compraram o engenho.
Sabemos que o engenho estava completamente destruído, o casal teve que refazer os melhoramentos essenciais para o seu funcionamento como também restauraram a casa grande do engenho.
Durante esse período, aconteceu um fato lamentável, foi a morte de Lourenço Bezerra da Rocha, que foi vitimado por uma epidemia, em 1786.
Com a morte do marido, Ana Lins deixa Porto Calvo e vem morar difinivamente em São Miguel, com suas duas filhas, Mariana e Antônia Arnalda.
No decorrer dos anos, Ana Lins conhece o comerciante de gados, Manuel Vieira Dantas e se casa com ele, em 1790, o mesmo também era viúvo e tinha uma filha, Maria Catarina.
Manuel Vieira Dantas era oriundo da tradicional família Rocha Dantas da cidade de Penedo.
Desse laço matrimonial nasceram os seguintes filhos, Francisco Frederico Vieira da Rocha, Manuel Duarte Ferreira Ferro, Ignácio de Barros Vieira Cajueiro, João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu, Ana Luiza Vieira Sinimbu e Francisca de Paula Vieira Lins.
O engenho Sinimbu tornou-se o engenho mais importante de Alagoas, o açúcar era transportado de barcaças pelas águas do rio São Miguel com destino ao porto do Francês e de lá o açúcar era enviado de navios para a Europa.
Da conta que o nome sinimbu teria sido originado dos índios Caetés, que habitaram essa região, antes dela ser civilizada.
A escritora miguelense Guiomar Alcides de Castro, afirma em seu livro, que tanto o rio, quanto o engenho, eram chamados de sinimbys. Segundo o mapa de Barleus.
A palavra sinimbys ou senambys na linguagem indígena significa " Calangos Verdes ". Assim, eram chamados, os nossos índios.
O engenho Sinimbu foi palco de duas grandes revoluções, a Revolução Pernambucana em 1817 e a Confederação do Equador em 1824.
Ana Lins lutou bravamente ao lado do marido, Manuel Vieira Dantas e dos filhos, Francisco Frederico da Rocha Vieira e Manuel Duarte Ferreira Ferro.
Craveiro Costa denominou o engenho de a "Trincheira da República".
Quando Ana Lins faleceu em 1839, o engenho passou a pertencer ao seu filho, Francisco Frederico da Rocha Vieira e consequentemente a Epaminondas da Rocha Vieira, o "Barão de São Miguel", filho de Francisco Frederico.
Os últimos donos do engenho Sinimbu foram os irmãos, José e João César Teixeira.
( Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura )
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