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Capítulo II - Os Cavernistas de hoje

Primitivos espirituais no avesso da vida
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O primeiro, o sacerdócio terreno com seus ultrapassados, emblemáticos e contraditórios dogmas, ritos e tradições tantas a caminhar com suas sandálias em couro envelhecidos pelo tempo e desgastes, a passos arrastados e olhos levianos (Sf 3:4) nas vielas estreitas sobre as pedras polidas e trabalhadas da belíssima e encantada construção panorâmica de Salomão capaz de encher os olhos das nações inimigas e invejosas de todos os tempos; o sacerdócio, trajados ainda de suas longas, belas e ricas túnicas de finíssimo tecido provocador de invejas e fomento ou estímulo, como preferir, à disputa de poder aos "Ha-Koph - o macaco" de Mixná ("repetição", do verbo shanah "estudar e revisar"), trocadilho com seu nome por ter se oposto ao Mishnat Ha-Hasidim -relato da vida religiosa cotidiana dos judeus na Alemanha medievo e seus costumes, crenças e tradições; Caifás's, saduceus escribas, criadores de tradições, exímios administradores do Tribunal Supremo, os chamados, sinedristas, colaboradores assíduos do império romano e principais responsáveis pela morte do nazareno Jesus; de se assentarem no trono e se fazerem como um D'deus, apontando arrogantemente com seu dedo maioral indicador e de igual modo acusador, os erros ou falhas da "Igreja de Cristo – o Seu corpo", de seus compatriotas e irmãos, focando mais no controle das condutas que na salvação eterna da alma, propósito maior do Criador, perdendo-se por completo a boa oportunidade ou ocasião de olharem para dentro de si mesmos, para suas mazelas, para os seus defeitos; acompanhados ainda de seus largos filactérios enrolado aos braços e presos à fronte como manda a tradição; e abro aqui um parênteses para relatar o que diz o historiador e escritor Leandro Karnal no seu livro "Pecar e Perdoar – Deus e o homem na história" que: "grande parte da fala de Jesus nos Evangelhos é a proclamação da vitória do amor e da compaixão sobre a FRIEZA DA LEI – Jesus convida a um gesto que vá além da regra, mesmo que ela seja clara – Sua briga com os fariseus sempre insiste no mesmo ponto: eles compreenderam tudo o que estava escrito na Torá, mas não captaram nada do que seria essencial – Os fariseus tinham se apegado à forma e condenavam todos os outros – Achavam que levar a palavra de Deus consigo, era amarrar um trecho da Torá junto ao corpo – Jesus proclamava um conteúdo e condenava a ESTERILIDADE DA LETRA – O amor deveria ir além da lei"; com ainda suas orgulhosas tsitsit (franjas) as bordas, nos quatro cantos de suas vestes acompanhada de seu glorioso cordão azul celeste segundo o costume, quando de suas extensas orações estando sua cabeça coberta com o tradicional talit, num inflamado discurso, e não passa disso, digo, e suas douradas jubilaeorum buccinas ou trombetas da HIPOCRISIA, da falsidade, em alta voz à público, querendo desta feita se mostrarem como sendo os melhores, os mais importantes, os perfeitos, implacáveis ou quem sabe, um deus ditador de profecias e revelações, no que dizem: "Oh Deus! Tenho dizimado a hortelã, o endro e o cominho", sim, aparentemente muito perfeitos, mas negligenciando, contudo, diz o Senhor, educador e mestre Jesus, os preceitos maiores da lei que é a justiça, a misericórdia e a fé, verdadeiros, completa Ele, "guias cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo!", que "amam os primeiros lugares nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens" se mostrando, ironicamente digo, muito belos por fora, mas cheios de ossos de mortos e de toda imundícia por dentro, se parecendo muito justos aos homens por fora, mas, cheios de hipocrisia e iniquidades por dentro, profanadores do sagrado, verdadeiros raça de Roma's tombadas, Babilônia's em pó; e aqui vale uma divina advertência: - cuidemos para não perdermos o verdadeiro sentido do mandamento divino e conservarmos dele apenas a sua forma exterior para NOSSA própria exaltação; aham, cuidemos! Enfim, verdadeiros sepulcros caiados de toda cobiça e INVEJA, inveja esta que é nada mais que "a tristeza pelo bem alheio que não se possui, seja na esfera material ou física; intelectual ou espiritual – eh! sua vida espiritual "boa com Deus" é causadora de inveja, você sabia?", a inveja por fim, muito bem lembrado na antiga e famosa pintura de Giotto do século 13 e exposto na glamorosa capela italiana de Scrovegni em Pádua onde se exibe uma velha senhora com sua vestimenta medieval esfarrapada em pé a uma antiquada porta de madeira bruta corroída pelos cupins, com olhar fixo a sua direita à uma víbora e seu orgulhoso chocalho a vibrar saindo de sua própria boca como uma espantosa língua, lhe picando a testa; orelhas enormes e avantajadas, sobressaídas - cena de miséria, horror e terror - sempre prontas a "OUVIR TUDO QUE NUTRE SUA PAIXÃO", repito em alto e bom som, "ouvir tudo que nutre ou alimenta sua paixão", tendo consigo ainda um saquitel de um opaco tecido engomado em couro envelhecido à sua mão esquerda (sim, sou detalhista como Flaubert – Gustave Flaubert), e sobre seus pés uma assombrosa fogueira como lhe atormentando pelo seu ardente desejo em SER ou TER o que não lhe é próprio, o que não lhe pertence; mas enfim, o sacerdócio, se é que posso dizer, inábil, mascarado, fingido, completamente arrogante e rebelde às verdades do Céu, "cooperando" com Deus, sem que o soubessem, no seu projeto transformador de almas através da entrega de Cristo à cruz; O Vértice da história.

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Iraldir Fagundes ESCRITO POR Iraldir Fagundes Escritor
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