A HISTÓRIA DO ANTIGO ENGENHO PRATA DA FAMÍLIA FERRO E PALMEIRA.

A HISTÓRIA DO ANTIGO ENGENHO PRATA DA FAMÍLIA FERRO E PALMEIRA.

A maioria dos engenhos de açúcar de São Miguel dos Campos era de propriedade de Ana Lins. Quando esta estava perto de falecer! Ela dividiu os bens para os filhos.
O engenho Prata foi doado para seu filho, Manuel Duarte Ferreira Ferro - O Barão de Jequiá.
Além do engenho Prata. O barão também herdou o engenho Ilha. Que depois recebeu o nome de engenho Novo Sinimbu. Atual usina Cansanção de Sinimbu. E o engenho Jequiá do Fogo.
É bom ressaltar! Que o engenho Ilha ia ser doado para João Lins Vieira - O futuro Visconde e Barão do Sinimbu. Mas João Lins não quiz receber a herança. Seu desejo era de estudar na Europa. Então! João Lins mandou que a mãe doasse o engenho para o seu irmão Manuel Duarte Ferreira Ferro.
O complexo industrial do engenho Prata era composto dos seguintes equipamentos: A Casa Grande construída aproximadamente em 1826. Ela foi edificada num lugar mais alto do que a superfície. Onde da varanda da casa. Avista-se os tabuleiros e a riqueza do vale da fazenda.
A casa grande do engenho Prata tem uma característica de uma obra francesa. Com diversos arcos na entrada como também nos corredores da casa. O ambiente é bastante amplo. Contendo um alpendre, uma sala de espera, uma sala de janta e diversos quatros. Seu piso é revestido com mosaico do século XIX. A casa guarda um vasto acervo histórico que pertenceram à família. Tais como: Fotos, quadros, móveis e peças rara do passado.
Segundo depoimento da família Palmeira. O engenho da fazenda ficava localizado onde é hoje a estrebaria dos animais. A moeda era alimentada por água corrente. Pois a fazenda era muito fértil. Existia também na proximidade da casa. Um banheiro de bica natural com água corrente. Que servia para suprir às necessidades dos moradores da casa. Havia também na fazenda. A casa de purgar, a casa das caldeiras e das fornalhas e a senzala. Além do açúcar. Também fabricava a cachaça.
O açúcar era transportado de barcaças pelo rio Sinimbu até a Lagoa de Jequiá e de lá o açúcar era escoado para o Porto do Francês. Que ficava localizado na Cidade de Alagoas. Capital da província. Atual Marechal Deodoro.
Nesta época! O engenho era administrado por Manuel Duarte Ferreira Ferro. Além de Manuel.
Também residia na casa. Sua esposa Ana Rita Angélica Couto. Filha do português Manoel de Medeiros Couto e os filhos: Guilherme, Manoel, Ana Carolina, Francisca e Julieta Júlia.
Manuel Duarte Ferreira Ferro tornou-se um grande amigo do filho do Coronel Antônio Soares de Mendonça. Proprietário do engenho Baixa Fria localizado na cidade de Palmeira dos Índios. E o filho do coronel começou a frequentar constantemente a casa do futuro barão. E começou a namorar com a filha do mesmo. E no dia 08 de novembro de 1857. Miguel Soares Palmeira - O futuro barão de Coruripe casa-se com Julieta Júlia. Filha de Manuel Duarte Ferreira Ferro. O casamento acontecei no altar da Igreja de Nossa Senhora do Ò. localizada na cidade de São Miguel dos Campos.
Logo após o casamento da filha. Manuel Duarte Ferreira Ferro resolveu morar na casa grande do engenho Ilha. E deu de presente o engenho Prata ao casal recém casado. E a partir dessa iniciativa do barão. O engenho passou a pertencer a Miguel Soares Palmeira e Julieta Júlia Ferro Palmeira. E desse laço matrimonial nasceram os seguintes filhos: Genoveva, Júlia, Francisco, Mário e Miguel Soares Palmeira Filho.
No decorrer da sua administração. Miguel Soares Palmeira criou no engenho.um Campo Santo para acomodar os seus entes queridos. Ele também realizou um ato de amor e sensibilidade em prol do seus escravos. Onde deu a cada um. A carta de alforria. Este fato aconteceu antes da Lei Áurea. Também Miguel Soares Palmeira reuniu todo família em sua casa e fez um pacto com eles. Que a partir dessa reunião. Nenhum membro da família Palmeira poderá vender o engenho. Ele ficará para filhos e netos.
Quando Miguel Soares Palmeira faleceu quem ficou administrado o engenho foi seu filho Miguel Soares Palmeira Filho. Pai do Senador Rui Soares Palmeira e avô do Ex. Governador do Estado de Alagoas Guilherme Soares Palmeira.
Com a chegada da modernização. Vários engenho de açúcar de Alagoas foram extintos. Inclusive o engenho Prata. Que passou à condição de fazenda.
Atualmente quem mora na casa e administra a fazenda é o agricultor André Palmeira. Com criação de gados e plantio de cana de açúcar.
A casa grande do antigo engenho Prata é o principal ponto de encontro da família Palmeira. Esta gigantesca obra prima. Hoje é a grande referência da história e da cultura do município de Jequiá da Praia e está enquadrada dentro do contexto histórico e cultural do Estado de Alagoas.
É bom recordar! Que antigamente o engenho Prata pertencia ao município de São Miguel dos Campos. Mas com a separação do distrito de Jequiá da Praia que passou à condição de cidade. O engenho passou a pertencer a este municipio.

* Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura.